FUMAÇA DA FOGUEIRA

Há muito tempo, estava eu sofrendo intensamente de dor de amor. Entendi que paixão é mesmo sofrimento. Para onde ia, chorava. Pensava no amor perdido, que já não havia mais possibilidade alguma de se recuperar. Nos momentos felizes ao lado do ser amado. Restos desses momentos > lixo. Fui para a fazenda, onde há uma reserva florestal, fui até o meio de uma clareira, amontoei os objetos compartilhados, presenteados; joguei álcool e ateei fogo nas cartas, nas fotografias. Deletei, antes de viajar, os e-mails e torpedos trocados, Foi nesse lixo, que apareceu o duende. Saiu do meio das chamas e disse: "aceso o fogo, apagam-se as lembranças." Aquelas palavras, ao mesmo tempo que soaram como alívio, conforto, encheram-me de dor e do mais terrível vazio. Pensei: estou destruindo o que há de mais lindo na minha vida. Ainda doem as traições e sei que se voltar atrás, continuarão acontecendo. Parei, respirei fundo e respondi: "duende, quero começar do zero com a mesma pessoa. Sabe o que é amor, duende? O amor, que quando estamos sozinhos, nos damos conta de quão magnífico é e nos leva à pura felicidade?! Que bom que Deus inventou o amor, de todos os sentimentos é o mais divino" O ser feérico sorriu e foi-se desfazendo na fumaça da fogueira. Neste instante meu celular tocou, meu coração bateu mais forte do que nunca, era ela.
**************************************************
Colegas, leiam meus contos, ouçam meus áudios musicais! Beijos
LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 24/11/2012
Reeditado em 12/07/2013
Código do texto: T4002891
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.