a força de um amor
Outro capitulo interessante
No dia seguinte após a chuva torrencial que cairá lá fora, Aidê e Bianco acordaram surpresos com uma voz ensurdecedora e irritantemente insuportável era Guilherme que perceberá que sua irmã não dormira em casa e resolvera investigar seu paradeiro e ainda descobriu de quebra que seu primo não estava em casa também e que nem um deles dormiu em casa imaginem só a raiva que cresceu nele e ainda por cima a certeza de que eles estavam juntos, mas aonde e fazendo o que?
- seus irresponsáveis!!! O que é isso? Aidê eu confiei em você e você faz isso comigo seu irmão...
- calma Guilherme eu posso explicar!!
Repetia Bianco olhando para Aidê que ainda dormia sob os lençóis da cama, sem nada perceber
- explicar o que? Que minha irmã é uma devassa que não respeita ninguém? Agora o que vai ser ela vai perder de se casar com Mion Nabisco e eu vou perder o meu cargo, mas tem um jeito ele jamais vai saber que o menino é seu filho e que essa noite existiu... vou fazer ela viajar, passar uns dias fora em uma clinica especializada para fazer ela voltar a si e lhe esquecer...
- eu vou casar com ela queira você ou não nem eu nem ela não somos mais crianças como éramos a 16 anos atrás nos temos um filho e fala baixo ela ta dormindo...
- você acha que eu vou consentir isso acontecer? Você não tem onde cair morto... você é pobre... ela tem que me render alguma coisa e eu falo da altura que eu quiser...
- fala não Guilherme aqui é a casa da minha mãe... ela deixou essa casa pra mim.
- essa sua vadia
- olha como fala seu imbecil... vadia é vagabunda com que você esteve ontem a noite na cidade...
- essa casa está nas terras de meu pai, e ela é minha.
- não eu tenho a escritura legal dela e vou refazer a cerca da divisa hoje mesmo, e saia da minha casa, que eu e meu marido vamos nos trocar, e eu vou entrar na sua casa pra pegar o que é meu... você entendeu Guilherme
- só se antes de você chegar lá eu não te matar.
- tenta seu bandido que eu te coloco na cadeia nem que eu tenha que vir do inferno só fazer isso, escolha!? Eu sei muito sobre você sobre seus mal feitos e seus podres... se alguma coisa me acontecer você já era irmão...
- isso é uma ameaça Aidê?
- entenda como preferir. O fato é que eu posso te fazer perder muito mais que uma simples eleição pra prefeito são tantos escândalos, crueldades, valentias fora umas crises de agressividade que só quem convive com você conhecem...
- eu vou...
- vai o que_ falou Bianco levantando a voz para poder se sobre sair na discussão_ você vai ficar quieto como sempre vai ficar, escolha.
- vocês me pagam!!! Principalmente você Aidê vai me pagar nem que seja com a sua vida, ou a de seu filho...
- se você tocar num só fio de cabelo do Ricardo eu mesmo vou atrás de você nem que seja no inferno e te faço penar, eu te mato e faço viver só pra te matar de novo, pelo meu filho eu sou capaz de tudo de tudo, você entendeu? Entendeu?
Bianco segurava Guilherme pela gola da camisa com tanta força que o suspendera do chão e em seus olhos irradiava um brilho de ódio que deixaria qualquer um com medo, ele parecia outro homem safanando Guilherme daquele jeito.
- eu perguntei se você entendeu o que eu falei? Anda responde!
- entendi! Mas isso não vai ficar assim...
- não_ falou Aidê olhando para ele_ vai piorar se você pensar em tocar em um só fio de cabelo do Ricardo você vai ter o seu pior pesadelo porque e vou transformar a tua vida num pesadelo. E não esqueça essa casa e o terreno daqui de volta é meu e você vai ficar longe daqui.
Quando Bianco o solta ele sai correndo da casa, monta-se em seu cavalo e vai embora olhando para trás, Aidê desmonta-se em choro e confessa estar temerosa pela vida de seu filho pois seu irmão já matou uma pessoa;
- agora é diferente meu amor eu estou aqui e para ele chegar até vocês ele vai ter que andar muito, eu sou capaz de dar a minha vida no lugar da do nosso filho e da sua.
- e como eu viver sem você sem ter você do meu lado sem poder ter o abraço? Sem você não tem sentido, nada tem sentido sem você ou sem o Ricardo vocês são a minha vida... tudo que eu tenho são vocês.
- eu estou e não sair nunca nem que você me mande embora eu não vou. Eu vou ficar pra sempre aqui do teu lado...só Deus vai nos separar. Só Deus meu amor, mas acho que ele não vai querer ver a gente longe um do outro não é?
E se beijaram nesse instante eis que chega Ricardo correndo e gritando pela madrinha:
- madrinha, padrinho?! O Guilherme ta jogando tudo pra fora de casa as roupas da madrinha as coisas do padrinho até a dona Galbanita ele enxotou de casa disse que não vai sustentar vagabundo e antes que ele jogasse minha roupa fora eu peguei e corri pra cá.
- como você sabia que nos estávamos aqui? Mas isso não vem ao caso... coloca a sua roupa naquele baú e sai vai lá pra fora que eu vou dar um jeito nisso e é agora.
- corre madrinha acode a dona Galbanita quando eu sai de lá ele estava jogando as coisas dela pra fora de casa.
- minha mãe ele me paga eu vou...- dizia Bianco pegando a camisa que estava sob uma cadeira do outro lado da sala- vocês fiquem aqui eu volto já.
- ficar aqui? Eu vou com você. Tenho que pegar o que é meu, se ele inventar de me proibir de entrar eu passo por cima dele na porta da frente ele não me conhece. O pai dele me criou homem porque quis agora não reclame a força que tenho. Ele não caia na asneira de fazer nada contra a gente.
- madrinha eu vou com vocês!
- não senhor fique e vai arrumando a casa, de hoje em diante, eu Bianco e madrinha Galbanita vamos e você vamos todos morar aqui apartir de hoje, na nossa casa. Fica e arruma o que der!!!
- ta bom madrinha. Eu fico mas, não esquece de pegar a corona da senhora que o cavalo eu já trouxe celado e tudo... me criaram moleque de recado porque quiseram!!! Pode deixar eu vu ver o que dá pra fazer por aqui!
Aidê e Bianco saíram porta fora caminhando com pressa os pés na noite seguinte andaram leves bailarinos em direção ao amor agora marchavam em direção a guerra contra o próprio irmão invejoso e cruel.
Quando avistaram a casa grande estava na porta Radamés segurando o irmão que tinha na mão um chicote erguido para açoitar dona Galbanita que o enfrentava com coragem:
- se você bater na minha mãe eu te mato, e olha que eu contrario de você eu não ataco de surpresa. Vou cara a cara sem medo de pancada.
- é a segunda vez que me ameaça de morte só hoje!
- também você agrediu a minha mulher e minha mãe as duas mulheres da minha vida, se fizer algo com qualquer uma delas ou com o Ricardo eu viro uma fera a pior fera... Pense antes de tocar em qualquer um dos três porque eu não sou traiçoeiro como você.
Aidê se aproximou da calçada e ai pisar Guilherme esbraveja que ela não vai entrar na casa e que se ela entrar não sairá porque ele vai matá-la. Ela revida dizendo que aquela casa pode não ser dela, mas o que é dela ta lá dentro e ela vai pegar e ele não vai impedir. Empurra-o de lado e seguida por Bianco entra no quarto e começa a juntar suas coisas
- minhas roupas, meus livros minha caixa de retratos, o vestido de casamento da mamãe, minha botina, minhas sandálias, meu perfume, meu gibão, meu chapéu de couro, minha corda, meu laço, minha rede e meu lençol, é isso tudo que tenho...
- e essa mala? Não é sua?
- é sim!!! Você pega pra mim?! Tem umas roupas de quando eu era criança e umas coisas da mamãe.
Na porta do quarto estava Radamés, de pé olhando Aidê juntar seus poucos pertences que cabiam na mala que Bianco perguntara.
- fico triste minha irmã, em ter que ser assim. Mas com esse animal do Guilherme sei que é impossível conviver, eu ainda agüento porque ele para em respeito a memória do pai dele, que tanto gostava de mim. Se ele tentar algo eu posso com ele.
- eu jurei pra mamãe nunca deixar você pra trás, estou descumprindo minha fura, eu queria que você fosse conosco... pra casa!!!?
- não posso deixar o Guilherme sozinho aqui o seu Raul me pediu que ficasse que cuidasse dele que ele não tem o juízo certo é um tanto variado minha irmã. Eu sei que você prometeu mas eu também prometi e não posso deixar de cumprir minha jura.
- assim que der meu irmão eu volto pra te buscar. Palavra de irmã. Eu volto e ai será tudo diferente.
- quem sabe quando ele casar eu não posso ir em borá ficar com vocês...
- tomara que isso já aconteça, não suporto imaginar que você fique sozinho com esse imbecil. Você sabe que é isso que eu penso dele. Não sabe!?
- sei sim! Mas como seu irmão eu tenho que fazer uma coisa que vi nossa mãe fazer uma vez.
Andou em direção aos dois pegou as mãos de Aidê e Bianco uniu as duas e falou devagar:
- eu sou o representante do nosso clã e hoje como tal digo que pra o nosso clã pelo papel que represento que o amor de vocês já está abençoado. Sejam felizes. Bianco eu te entrego minha irmã a matriarca da família, eu quero que você me prometa que ela não vai esquecer jamais de nos da nossa casa das nossas tradições e do nosso povo!
- eu juro pela minha honra, ela não vai deixar de ser a matriarca da família, nem tão pouco se afastar das nossas tradições. Te prometo que ela será feliz, eu farei de tudo pra que ela seja feliz e darei minha vida para felicidade dela e dos filhos que Deus nos der.
- espero que seja assim! Para SUA SORTE MEU AMIGO MINHA IRMÃ NÃO MERECE NADA DE RUIM ELA JÁ SOFREU DEMAIS E AGORA É A HORA DELA SER FELIZ.
- EU JURO QUE EU A FAREI FELIZ! NOSSA FAMILIA SERÁ AGORA SIM FELIZ! VAMOS CRIAR NOSSO FILHO E CONSTRUIR NOSSA FAMILIA. EU JURO PRA VOCÊ E PRINCIPALMENTE PRA ELA QUE EU VOU FAZÊ-LA FELIZ...
RADAMÉS OLHOU PARA A IRMÃ QUE AGORA CHORAVA E COM UM LEVE SORRISO NOS LABÍOS DIZIA BAIXINHO:
- OBRIGADA MAMÃE!!! EU SEI QUE TEM O SEU DEDINHO NESTA HISTORIA. OBRIGADA POR TUDO MINHA MÃE. EU NÃO VOU DECEPCIONA-LA. EU JURO POR DUVÉL (DEUS) QUE NÃO VOU TE DECEPCIONAR.
-MORRO KABULIM JALAR?! (MEU AMOR VAMOS EMBORA?)
-SHAI!! (SIM)
E SAINDO PELA PORTA DO QUARTO AO CHEGAR NO MEIO DA SALA ELA OLHA PARA PAREDE E VÊ UM RETRATO DE SUA MÃE COM ELA E SEUS IRMÃOS E DIZ:
- GUILHERME EU POSSO LEVAR O RETRATO DE MINHA MÃE?
- ISSO NÃO ME FARÁ FALTA TENHO O DE MEU PAI!
- GADJÓ! TUME DEVEL TUTE ARAKELAME!(QUE DEUS TE PROTEJA)
- NÃO ADINATA ME JOGAR AS PRAGAS DO TEU POVO PAGÃO!!! NÃO TENHO MEDO!
- VOCÊ É MUITO IDIOTA MEU IRMÃO ELA TÁ DIZENDO QUE DEUS TE PROTEJA!! E QUE ELE TE PROTEJA DE TU MESMO. VOCÊ É UMA AMEAÇA A RAÇA HUMANA.
SAINDO PELA PORTA COM A MALA E O RETRATO DA MÃE NAS MÃOS. Aidê OLHA PRA PORTA E COM LAGRIMAS NOS OLHOS AINDA FALA:
- EU SABIA QUE SERIA ASSIM QUANDO SEU RAUL MORRESSE. Mas esperava que tu fosse pelo menos esperar o corpo dele esfriar na sepultura meu irmão.
E vai embora, sem olhar para trás lá pelas tantas no caminho ela para e diz:
-quem ficou na cabana com o Ricardo? Ele está lá sozinho com o Guilherme desta maneira desenfreada de agir ele pode tentar qualquer coisa contra qualquer pessoa que se opanha a ele e fique do meu lado...
- se ele mover uma palha contra o nosso filho ele vai saber bem direitinho quem sou eu. Eu avisei se ele agir como um cretino eu mando ele pro inferno. Eu juro que eu mando meu amor,
Repetia Bianco com uma das mãos fechadas e os olhos avistando a velha cabana no meio da planície. Na varanda estava Ricardo com uma vassoura na mão, uma pá e sorrindo falando com voz meiga, que já havia trazido a moto do padrinho para desespero de Aidê e de dona Galbanita. Que estavam com as mãos cheias de materiais, roupas lençóis pratos e alguns alimentos que ela conseguira pegar na dispensa da fazenda.
Bianco sentou-se na soleira do alpendre e com os olhos de quem está senganado fitou a ingazeira que ficava logo a frente da casa com sua copa linda cheia de pequenas folhas que após a chuva pareciam mais bonitas, mais verdes e mais vistosas. O céu era de um azul cor de anil digno do hino nacional, as arvores algumas ainda ressequidas pelo longo período de seca estavam agora apena s um pouco mais leves e mais felizes, soprava uma brisa rasteira e suave em direção ao nascente, o que para o sertanejo significa mais inverno ao longe um pássaro cantava alegremente um canto de saudade. Era o cenário dos sonos de todo sertanejo que via sua terra a tanto tempo sem chuva:
- eu não vi a chuva de ontem a noite será que deu pra pegar água no poço onde deixei o gado próximo anteontem?
- tomara que sim. Também não percebi que chovia ontem a noite! Eu estava tão... -faz um silencio e volta a falar-... feliz tão pleno, completo tão perto de Deus que não poderia de forma alguma ver ou sentir algo fora desta casa a nossa casa.
- você não parece feliz. O que há? Foi algo que falei, está arrependido por ontem ou por hoje?
Bianco outra vez ficou calado e respirou fundo, fez mais uma pausa, escorou-se no pilar que estava a sua direita e sem titubear falou:
- será que ainda existe aquele barreiro onde nós tomávamos banho quando criança? Lembrei de lá agora!
- existe! Eu sempre volto lá para lembrar de você, da minha mãe, da felicidade que um dia eu senti. Mas ainda não me respondeu porque tanta severidade no olhar? Te disse algo que não queria ouvir. Fala por favor...
- eu pensei que nunca mais seria feliz que nunca eu poderia sentir o que senti de ontem pra hoje! É como se a minha vida tivesse mudado de lugar é como se eu estivesse vendo minha vida de fora... agora eu estou aqui te vendo, te tendo nos meus braços, você e o Ricardo, o nosso Ricardo. Mas eu queria poder dar a vocês muito mais do que você ta vendo.
- eu entendo você não planejou ser da forma que foi a sua volta? Você pensou que seria diferente, eu você o nosso Ricardo, tudo, mas como falava o nosso Kaku, nem tudo sai do jeito que a gente é mais fácil a gente aceitar as vontades de Deus, eu também preferia muito mais sair daquela casa casada com você, de papel passado, aliança no dedo, vestido de noiva, festa, fogos de artifício, musica alegria, do que da forma como aconteceu. Mas agente faz um plano e Deus faz 10, a gente tem que aceitar, ele sabe o que é melhor pra nós! Eu levei anos pra entender isso, anos pra aceitar que Deus sabe melhor que nos o que faz. Você entende?! Eu lutei sozinha anos a fio pra poder te esperar sem ser importunada, cuidei do Ricardo da fazenda, suportei cristã mente tudo que me fizeram sofrer, mas eu sabia todas as noites quando eu olhava pro céu e via aquela estrela daquela noite que você voltaria um dia pra me buscar, pra fazer feliz, pra nos fazer família, a nossa família.
Bianco levanta os olhos para Aidê vê-la olhar o céu azul e diz:
- casa comigo de verdade! Na igreja, quando a gente tiver casado a gente conta pro Ricardo toda a verdade de que nos somos os pais dele e que eu fui obrigado a ir embora, ou você seria morta pelo Guilherme?!
- caso sim, eu caso mas nos temos que preparar a casa pra nossa família, temos que levantar mais dois cômodos, refazer a cerca da estrema com o Guilherme, e com o seu Nabisco. Não quero conversa com aquela gente...
- então vamos ver a cerca? O gado como fica?
- tenho que ir pegar as minhas, isso é se ele ainda não matou as coitadas... fazer o cercado, temos que ter muito cuidado com ele... quando ele ameaça é sinal de que vai fazer alguma coisa!
Os olhos de Aidê estavam tristes, lagrimosos e distantes, ela realmente sentia medo do que Guilherme poderia fazer com eles, ele poderia matá-los ou até mesmo perturbar muito a paz daquela família. Mas Bianco não ele estava seguro do que tinha que ser feito e ele defenderia Aidê e Ricardo com a força de um exercito ele seria capaz de qualquer coisa para defender sua mulher e filhos daquele covarde que ameaça senhoras indefesas. Levantaram e saíram em busca dos animais que estavam no campo, Aidê mostrando a Bianco onde ficava cada estrema das terras e onde teria que ser refeita cerca e muito mais os bebedouros onde o gado iria beber, afinal a terra da mãe de Aidê não era tão pequena quanto eles imaginavam era até maior que se esperava de um rancho.
Eles muito andaram até que chegaram ao lugar que Bianco mencionara mais cedo e ali repousaram por um tempo em silencio Bianco olhava a água que ficara turva por causa da chuva da noite passada, e ria como se lembrasse de algo bem engraçado no mínimo, e olhava Aidê compenetrada avaliando tanto de arame que ira ter que utilizar na reforma da cerca admira como as arvores parecem agora estar mais bonitas, mal chovera e a paisagem já havia se modificado apenas com uma chuva que eles pensavam não ter sido tão grande ou melhor volumosa:
- é impressão minha ou o dia hoje está mais bonito que o de costume, o céu mais azul as aves cantam com mais vigor, - dizia Bianco sorrindo andando em direção a Aidê que ria sem parar-
- acho que não a chuva anima o sertanejo e a natureza deste lugar é sertaneja, por isso todos estão mais belos e felizes. Por que os ares da capital te fizeram esquecer como fica a terra depois de uma chuva, principalmente em meio a uma seca?
- não, eu não esqueci, apenas lembrei de ver com os olhos do coração, com os olhos de quem ama... e meus Deus como eu te amo Aidê, eu te admiro, admiro tua força de vontade, tua perseverança, tua coragem, teu auto respeito, tua beleza meu anjo...
Aidê sentia como se ainda fosse a mesma menina com 16 anos que se apaixonara por Bianco, aquele homem integro e de valores tão rígidos em termos de educação e caráter ele era realmente integro, alem de ser lindo, aqueles ombros largos, olhos castanhos tão claros que mal podia se diferenciar, do restante de seus olhos, alias os olhos por serem espelho da lama mostravam a Aidê sempre um ser humano iluminado, cabelos crescidos, jogados para traz com um que de astro do rock americano, ou de artista de filme de cowboy alias ele parecia um artistas, alto forte, ombros largos olhos, nariz e boca perfeitos barba sempre crescida, de um dourado incrivelmente lindo, adornando um queixo um tanto retangular, e as bochechas coradas, não era magros esguio apenas de corpo estruturado, músculos na medida da saúde, e um sorriso que eliminava qualquer possibilidade de problema, ela definitivamente estava novamente apaixonada por ele. Ela o amava mais que tudo, não mais que seu filho assim como ela sabia que também não a amava mais que ao filho que eles tinham juntos.
Saíram andando de volta pra velha cabana, Bianco repetindo que teriam que construir mais dois quartos na casa para sua mãe ele e o filho, Aidê não podia negar, ela jamais poderia expor o filho a uma situação incomoda como obrigá-lo a vê-la com um homem que não fosse seu marido, dormindo no mesmo quarto, ela não o educara assim e também não iria agora mudar sua postura de mãe educadora e respeitada e principalmente da família que ela o ensinara a acreditar.
Ao que passavam os dias Aidê ia aos poucos vendo seu sonho se tornar realidade, sua vida ganhar novos caminhos, tinha conseguido o seu gado de volta, Ricardo estava bem na escola, a reforma da casa onde morava estava bem encaminhada, tudo ia se arranjando com se esperava, chovia bem e a plantação que ela havia preparado antes da chuva começar estava linda, toda verdejante.
Já haviam passado 3 meses desde a sua saída da casa de seu Raul, e tudo se encaminhara, o casamento de Berte havia se realizado na data, a qual ela fez questão de estar na cidade para ver o cortejo, o de Guilherme que também fora muito bonito, pena que ela não pode estar presente, ela sentia muita falta do irmão Radamés que sempre dava um jeitinho de ir visitá-la fosse como fosse ele sempre estava por perto, e pronto para ajudá-la, ela sentia muita saudade da casa grande e do cheiro do celeiro onde sempre gostava de ficar, mas estava feliz tinha a seu lado, Bianco e Ricardo, sua madrinha dona Galbanita, seu cavalo, e o retrato de sua mãe que estava sempre olhando por ela e sua Santa Sara para quem sempre que podia ascendia uma vela em sinal de devoção e respeito.
- que belo dia para se ir cavalgar não acha madrinha?
Dizia Ricardo arreando o cavalo com cuidado de um jeito que sabia que sua madrinha gostaria que fosse:
- aonde você vai? Vai visitar a namorada?
- quem me dera que eu pudesse dizer que ela é minha namorada! O pai dela não quer me ver nem pintado de ouro, que dirá de carne o osso perto da filha dele. Só porque seu sou pobre e não tenho um carro. Já disse pra ela eu tenho uma moto, na verdade é do padrinho e ele falou que se eu quisesse levar ela pra passear...
Aidê nem deixou o jovem terminar de falar, deu-lhe um puxão na orelha com força e ralhou serio, que a idéia de sair de moto estava fora de cogitação, ele não chegaria nem perto daquela se não ele estava de castigo até ficar mais velho que ela. O jovem ficou serio e obedeceu a madrinha como manda a lei:
- mas vai aonde?
- vou ver se o gado ta bem, se as cercas estão seguras, melhor não arriscar com o Guilherme, já sabe como ele é... se uma galinha nossa passar pro outro lado da cerca lá vem chumbo grosso!!!
- mas hoje é domingo?! Porque não vai pra vila, ou na missa, ou quem sabe até a venda do seu Adamastor, pode ser que você encontre com a menina por lá... sei que ver não serve muito de consolo mas é melhor que ficar sem ver de jeito nenhum não é?
- é mas eu vou logo fazer o que tem que ser feito. Sei que hoje é dia de descanso mas eu vou só ver é prevenir um problema, volto pro almoço.
O jovem sai e deixa a madrinha preocupada na varanda, sem entender porque de toda aquela tristeza, ele sempre gostou de sair de ver gente de conversar, de ir a missa, porque agora ele estava com aquele olhar triste.
Entrou em casa e começou a ajudar com os afazeres do almoço, seria galinhada com arroz de forno, ela sabia que ele adorava arroz de forno, de repente começa a chover forte, ele volta com Bianco e diz que uma das vacas está com um bezerro perto da estrema, bem perto de onde passa o riacho, após o almoço Aidê sai em busca do animal. Anoitece continua chovendo e nada de Aidê voltar Bianco fica preocupado, a noite escura, fria a chuva atrapalhava a visão e se Aidê cai em alguma toca de tatu, se ela é mordida por alguma cobra, se... Se... Se... Eram tantas as possibilidades de desastre que ele nem conseguia pensar em, mas ela podia estar bem na casa de dona Marcelina e ter ficado por lá esperando a chuva passar, era melhor acreditar nisso mas ele não conseguia dormir.
Na manhã seguinte quando dia começa a raia Bianco sai em disparada até a casa de dona Marcelina:
- a Aidê dormiu aqui? Ela saiu para ir ver uma vaca ontem a tarde começou a chover ela não voltou, pensei que ela estivesse aqui com os senhores?!
A resposta negativa deixava ele ainda mais nervoso e apreensivo com tudo aquilo, onde ela estaria? Resolve então ir até onde ele e Ricardo viram a vaca, de lá ele avista o cavalo de Aidê arreado e com os estribos pendurados, aquilo era um péssimo sinal, ela havia caído mas não estava consciente não estava longe, ele monta no cavalo e sai em direção ao rio na certeza de encontrar seu corpo boiando nas águas, não vendo a triste cena ele começa a chamá-la até que o cavalo risca de uma vez perto de uma arvore caída e lá está Aidê desacordada, a roupa encharcada da chuva e ferida, um grande corte na testa, e outro na perna é quando ele vê no chão uma cápsula de bala, mas em qual dos sois lugares teria sido o tiro?
Com cuidado ele a pega no colo coloca no cavalo, monta e sai em busca de socorro no meio do caminho encontra Ricardo que já estava procurando por eles dois:
- vá pra casa e diga minha mãe que mande minha mochila, e algumas roupas da Aidê me encontre na cidade é rápido!
-mas, como eu vou ir rápido, a pé? A madrinha me proibiu de andar de moto...
- eu to desproibindo, você vai pegar a moto e vai pra cidade urgente, diz pra mãe que eu achei a Aidê ferida e to indo pra cidade.
- sim senhor padrinho!!!
O menino sai correndo no rumo da casinha enquanto Bianco com cuidado conduz o animal, ao chegarem na estrada principal se deparam com Mion filho do velho Nabisco em seu Jipe, com uma mulher:
- o que ouve com ela?
- sofreu um atentado tomou um tiro!!!
- ela ainda está respianco Bianco Nero?
Disse a mulher ficando de pé e retirando o cabelo que cobria o ferimento, na testa:
- está Manuela? Mas não sei até quando tem outro na perna esquerda!!! O pulso está fraco, e o coração bate muito devagar, ela tem que ser levada até um hospital o mais rápido possível disso depende a vida dela...
- motorista pegue o cavalo, e leve pra fazenda, eu vou voltar com eles pra cidade.