Descontrole
Um conto que fiz no pouco tempo que fiquei na faculdade uauahueheuhauhe eu sou é louca :~
@tvas_ < > sigam-me!
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__Aline de Paula.
“Presente fessôr”
__Alberto Santos.
“To aqui.”
__Betânia Caroline.
“Aqui.”
__Camila Medeiros.
“Hã.”
__Camila, quantas vezes vou ter que lembrá-la que não é hã que se responde quando eu faço a chamada e sim PRESENTE?
Os alunos riram deixando Camila bastante sem graça. O professor, cansado após mais um dia exaustivo de aula deu continuidade com sua chamada de presença. Estava chegando naquele nome, naquela aluna que o atormentava.
__Veridiana Lovo.
Instantaneamente, seus olhos fitaram o da garota, e ele teve aquele choque rotineiro que tinha toda vez que pronunciava o nome dela, sua mente trazia memórias do dia 20 de março de 2011, há um ano atrás.
Era uma noite chuvosa na cidade de São Paulo...
__Caramba! – Jonas esbravejou após sair das dependências da escola e ver a chuva que o esperava, ajeitou seus materiais e correu até seu carro, um humilde Gol prata 2002. Procurou nos bolsos a chave e apressado, abriu a porta, já estava prestes a entrar quando ouviu um grito agonizante.
“ME SOLTE RICARDO.” – Reconheceu aquela voz como sendo de sua aluna do ensino médio, Veridiana Lovo.
Fechou a porta do carro, tentando enxergar algo com a chuva embaçando sua visão, eram 23h50, nenhum aluno em sã consciência estaria ali àquela hora e com aquela chuva.
Encontrou os dois jovens encostados na parede, havia um rapaz filmando Ricardo tentando abrir a blusa de Veridiana.
__Solte-a! – Jonas gritou, aproximando-se. Ricardo olhou para Veridiana, depois para o amigo, e antes do professor se aproximar ainda mais, ambos correram.
Aos prantos Veridiana caiu na grama fofa, sem se importar com a chuva que poderia lhe dar uma pneumonia. Estava envergonhada, arrasada.
Jonas se aproximou, baixando-se a frente dela e olhou em seu rosto, havia alguns hematomas no canto de sua boca.
__Eu não irei contar a ninguém. – Disse, tentando passar a maior segurança o possível em sua voz. Veridiana assentiu. Ele se levantou e estendeu a mão, ela a pegou e os dois voltaram para o carro.
Era uma situação totalmente inesperada, Jonas, aos 30 anos de idade nunca tinha levado uma aluna para casa. Desde que se formará em pedagogia, evitava ao máximo um contato com seus alunos que não passasse de aluno e professor.
Veridiana mal respirava, sentia-se suja. Olhou de relance para Jonas, ele a fitava também. As íris azuis dele lembravam aos olhos de um anjo.
“Anjo... Sim, é o que ele esta sendo para mim.” – Pensou, dizendo em seguida:
__Obrigada.
__De nada. – Jonas ainda não havia ligado o carro, a chave estava próxima, queria ir embora, devia, mas de repente sentiu-se fraco perto da beleza de Veridiana. Como aluna ela sempre fora inteligente, sabia argumentar muito bem nas aulas de História, e como mulher, fazia qualquer um perder o fio da meada. Era o que acontecia com ele agora.
Ainda num estado que nem ele próprio sabia definir, pegou uma toalha que estava dentro de sua bolsa e entregou para a garota.
__Não me leve para casa. – Disse Isabel, pegando a toalha e cortando o silencio perturbador que havia entre eles. – Minha mãe vai ficar perguntando por que estou assim, e...
Não conseguiu completar a frase, a respiração se descontrolou e as lágrimas voltaram a molhar seu rosto.
Jonas sentiu uma vontade enlouquecedora de abraçá-la, cuidar daquela criança. Sim, Veridiana era uma criança, tinha as feições tão infantis que ninguém lhe daria 16 anos.
__EU SEI O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO DE MIM, PROFESSOR! – Gritou, enquanto Jonas tentava abraçá-la, numa tentativa quase idiota de fazê-la se calar. – A VADIAZINHA FOI SE ENCONTRAR COM O NAMORADO E ELE A PEGOU NA FORÇA!
__Te acalme. E o que eu penso ou deixo de pensar é o que menos importa. – Disse, pausadamente. O sotaque gaúcho, tomando conta de suas palavras, o que sempre acontecia em situações em que ele se irritava – Eu só quero ir embora, mas eu preciso que tu te acalmes.
Agora em seus braços, Jonas experimentou uma sensação de poder e atração. O poder era por ter uma garota como ela em seus braços, tão vulnerável e fraca... Tão dominável. E atração fora o que sentirá quase no mesmo instante que a vira sendo dominada na parede por aquele garoto imbecil. As roupas molhadas e grudadas em seu corpo de formas perfeitas, os cabelos bagunçados. Todo seu corpo reagiu aquilo.
Quando fora perceber, Veridiana estava em seu colo, chorando incontrolavelmente.
__Vamos sair daqui, pelo o amor de Deus. – Pediu ela, olhando nos olhos dele. Veridiana sentiu-se segura, protegida.
A menina voltou para o banco de passageiro e o professor de história ligou o carro, a viagem fora silenciosa, a única coisa que poderia se ouvir ali era a respiração baixa e controlada de ambos.
30 minutos, chegaram a casa dele. A primeira pergunta que tomou conta de Veridiana fora: Com uma casa tão bem bonita e aparentemente organizada, como ele não é casado?
Olhou para o professor que agora manobrava o carro para entrar na garagem.
“Ele é gay.” – Concluiu triste.
Seus olhos estudaram desde o cabelo loiro do professor até o corpo de musculatura bem trabalhada, desde que entrará na Escola estadual Figueira Neto, Jonas chamava a atenção desde as funcionárias da limpeza até a diretora, uma senhora de 68 anos com fogo de uma adolescente. Só que ninguém conseguia romper a barreira daquele professor, ele era um mistério, falava pouco, tinha uma educação de um gentleman e uma beleza que encantava qualquer uma.
__Vamos entrar. Tu sabes o que irá dizer a sua mãe amanhã? – Perguntou ele, descendo do carro e pegando a sua bolsa. Ela também desceu. A garagem tinha de tudo, mas apesar do excesso de objetos, ainda era organizada. A famosa bagunça organizada.
__Direi a ela que fui dormir na casa da Julia. Simples.
Na garagem havia uma porta que dava acesso à sala, Jonas a abriu e Veridiana entrou. A casa era bem arrumada, organizada, típica de um homem solteiro.
__Da forma que tu fala, parece realmente simples. – Disse, num tom levemente debochado. – Sente-se. Vou buscar um remédio para esse roxo em teu lábio.
Seus olhos focaram nos lábios de Veridiana, pareciam tão macios e suaves. Imaginou-se os beijando e...
__Ta bom. – Respondeu ela, vendo-o sair da sala e subir as escadas. Ela observou o local. Estantes cheias de livros (supôs ela que fossem de história), um quadro com uma foto do time do Grêmio, uma TV de plasma, DVD, computador de ultima geração.
Em resumo: A casa de um homem solteiro.
“Ele não pode ser gay.” – Veridiana olhou para o sofá, tão grande e espaçoso, sua fértil mente adolescente imaginou Jonas cuidando dela, tocando-lhe o rosto... A mão dela passou por seu colo e o coração disparou. “Pelo o amor, olha a minha idade e a dele.” – Balançou a cabeça, limpando sua mente de pensamentos tão insanos.
Veridiana levantou a blusa e viu um roxo na região abdominal, resultado de um soco que levara de Ricardo por resistir às suas investidas. Tirou a peça e a jogou no chão, o sutiã também estava encharcado pela chuva, mas não o tiraria, não teria coragem.
Quando Jonas voltou e viu sua aluna sem a blusa travou na entrada da sala, ela se virou e a sensação que ele teve foi semelhante a que tivera no carro. Queria tocá-la, precisava tocá-la.
Ele não disse nada e ela achou melhor fazer o mesmo. Sentou-se no sofá e Jonas aproximou-se, portando em mãos uma caixa branca com vários remédios e alguns algodões.
__Vai arder um pouquinho. – Disse, pondo no hematoma um algodão banhado em algo verde. Veridiana decidiu não perguntar o que era.
Ela gemeu levemente, o remédio ardia e cheirava a mato, apertou a mão forte de seu anjo. Pela terceira vez naquela noite, Jonas experimentou uma sensação quase incontrolável de prazer.
__Desculpe pelo grito no carro, eu não queria ter sido mal-educada, professor. – Murmurou ela, com os olhos fechados. Respirou fundo e logo os abriu, Jonas estava intacto, parecia uma rocha, ela não conseguia nem ouvir a respiração dele.
__Tudo bem. – A resposta fora seguida de uma aproximação corporal inevitável, parecia uma ima, precisavam estar próximos.
__Jonas... – Ela disse, sentindo os dedos do professor entrarem em seus cabelos e a puxarem para ele. O primeiro toque fora o dos lábios, ele precisava senti-los. Ao beijá-los uma explosão aconteceu dentro do misterioso Jonas, já não havia como se controlar.
Encaixou Veridiana em suas pernas e empurrou a caixa de remédios para o chão, o sofá agora parecia pequeno perto do imenso desejo que o dominava, decidiu subir pro quarto, porém não queria perder um minuto, num pensamento rápido, levantou-se com ela e suas pernas grudadas na cintura dele. Aos beijos e carícias, ele subiu as escadas, parou no primeiro degrau, deitando-a no chão. Olhos nos olhos, coração disparado, desejo, muito desejo.
Sabia que as conseqüências disso poderiam ser graves. Ela era uma aluna, ele um professor, mas aquela noite já havia sido maluca e totalmente inesperada, porque não terminá-la com um grand-finale?
Jonas tirou sua blusa e a jogou para trás. Fitou Veridiana, esperando, quase inocente que ela o empurrasse e saísse dali correndo. Em vão, pois ela estava tão conectada aquele momento, se duvidasse, até mais do que ele.
__Tu é linda. – Ele disse, fazendo-a corar. Há quanto tempo Jonas não via uma menina corar? Puxou-a novamente para finalmente irem para seu quarto. Veridiana não teve tempo de avaliar o quarto daquele homem que a deixava com os pensamentos avoados e fez nascer nela um desejo de mulher, não de menina.
Ela queria senti-lo dentro dela, queria ser dominada por ele. Jonas ficou por cima da garota, nunca deixando de olhar em seus olhos, de tentar imaginar o que passava na cabeça dela criança... De sua criança. Um sentimento de posse o invadiu, ela era sua naquele momento.
A cama, assim como o sofá, parecia quase estreita para saciar metade do desejo dos dois. Veridiana não era uma menina virgem, já havia feito sexo com seu primeiro namorado, mas não fora uma experiência marcante, com Jonas tudo parecia inédito, era como estar fazendo sexo pela primeira vez. Cada toque dele dava uma sensação diferente nela, e senti-lo dentro dela a fez lembrar-se de nunca chamar um menino de homem.
Jonas era experiente no quesito de dar prazer, sabia como tocar, aonde tocar. E Veridiana por mais nova que fosse, tinha uma maturidade em fazer amor que o deixou ainda mais impressionado.
Era uma junção de inocência com maturidade, de excitação e prazer, de menina com homem, de Veridiana com Jonas.
Perfeitos um para o outro, pareciam peças de um quebra-cabeça que se encaixavam com louvor.
__Ei professor, esqueceu que agora sou eu? – Uma voz o fez voltar para o ano de 2012, na sala 15, do 3º ensino médio. Olhou para Jacqueline Silveira, a garota que o tirará de sua memória tão difícil de ser esquecida. Veridiana olhou para o professor, que soube que desfrutavam da mesma lembrança, parecia que haviam feito amor ontem, mas já havia se passado um ano. Não houvera repetições, uma vez fora o suficiente, ambos sabiam o quanto se comprometeriam caso dessem continuidade.
Toda a sala estava em silêncio, não era comum ver Jonas desconcentrado.
Continuou com a chamada sem olhar novamente para Veridiana, ainda era chocante olhá-la e lembrar-se de tudo. Ninguém nunca soube daquela noite, daquele momento, era uma memória particular... Intacta.
Exclusiva para os dois.