Namoro nos Estudos- II - In contos d'minutos
Era, vezmente, que sempre, a atenção voltada para o sexo oposto: tantas lindas meninas de pétalas orvalhadas em sonho. Tão lindas,quanto reais, delas todas escorregadas em minha sala de aula. Colega de classe, que linda era aquela de olhos azuis e loiros cabelos e, já, a consciência de ser linda merecedora de melhores partidos : namorados de iguais beleza de incomum muito, coleguinhas de sala, loiros, olhos verdes, extrovertidos, lindos - simpáticos.
Que rapaz tímido era eu; não era loiro, nem olhos verdes ou azuis.
- Como poderia eu ser simpático com uma timidez doentia, que calava toda a vontade e desejo ? ?.
Era eu, apenas, mais um em sala de aula. Insignificante, recolhendo-me a um canto escuro do desprezo.
Ainda assim, isto não me tornava menos homem: desejava , amava solitariamente a linda loira de olhos azuis. Rosana, nome das Sombras nas cavernas.
Amei-a, sonhei, sempremente, com ela. Abraçava-a, beijava-a nos sonhos; olhava-a com o olhos de um verdadeiro amante deposto de
seu posto.
Ameia-a, durante toda a adolescência.
Terminava eu o ensino fundamental. Criança eu, já sabia amar o Belo.
E esta Rosana era de um Belo Platônico, e tudo foi platônico : o
vassalo a amar a distante Rainha. Platonismo perfeito.