O ex-poeta e a felicidade...
Era uma vez um poeta que encontrou a felicidade, e depois disso, poeta ele nunca mais foi.
Então ele se tornou um ninguém, um zé qualquer, porém feliz. Não havia novidades, e os teus antigos versos que pareciam eternos, aos montes foram esquecidos, como uma peça de roupa velha que não se usa, escondida na ultima fileira. Ele era apenas feliz, e nada mais!
E agora, para ele não se fazia necessário pensar nos sentidos da vida, ou descobri-los, não importava a cor do escuro, ou a chuva de verão. Ele era apenas feliz, e por isso cessava toda a aventura de sua arte.
Não se apaixonava, não chorava, não sofria, nem o frio do mais vigoroso inverno o incomodava, a unica coisa que ele sentia era a felicidade, o resto não se aplicava a ele, era nulo qualquer problema que aparecesse, não havia nenhum sinal de guerra em seus olhos, ou ódio em sua fala. Era feliz, apenas isso.
E o tempo passava, e o ex-poeta, continuava o mesmo, não mudava a cor de sua casa, parecia estático no universo, fazia sempre as mesmas coisas, coisas que o fazia feliz, era tudo igual, como a imagem de um espelho refletindo outro espelho, era tão igual, que tua alma se torna vazia, pequena, contudo feliz.
E olhando aquele ex-poeta, perecendo sua vitalidade, desabitado de emoção e sentimento, singularizando apenas um único momento, percebi que a felicidade só é legal nos primeiros três minutos, depois ela se torna uma coisa igual, que é preciso sempre encontrar outras felicidades por ai, assim como enfrentar outras tristezas também.