Um Título Qualquer
Procurava um nome.
Insistia.
Rebatia-me.
Machucava tudo que existia dentro de mim enquanto procurava um nome para descrevê-lo.
Des-cre-ver-nos.
Pra que?
Parece que me aprisionei ao mistério que criei de ti e confundi toda essa escuridão com algo que gostaria de sentir.
Nome. Nome. Nome. Nome. Nome.
AH!
A gente insiste em nomear tudo que nos ronda. Tudo que nos faz chorar ou sorrir. E, sobretudo, tudo que transborda de nós. Como você.
Porque a verdade mesmo é que você nunca coube aqui dentro.
Mas eu queria um nome para isso.
Um nome para esse desejo-consumista-que-batia-por-você-e-que-não-se-contentava-em-caber-dentro-de-mim. Foda-se.
Eu pensava que dar nome às coisas lhe atribuiria um peso.
Ilusão.
O fato de trata-lo como algo-que-não-tinha-nome já era um nome propriamente.
O mais pesado deles.
Fui fisgada por mim mesma.
Diabos.
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