Um Título Qualquer

Procurava um nome.

Insistia.

Rebatia-me.

Machucava tudo que existia dentro de mim enquanto procurava um nome para descrevê-lo.

Des-cre-ver-nos.

Pra que?

Parece que me aprisionei ao mistério que criei de ti e confundi toda essa escuridão com algo que gostaria de sentir.

Nome. Nome. Nome. Nome. Nome.

AH!

A gente insiste em nomear tudo que nos ronda. Tudo que nos faz chorar ou sorrir. E, sobretudo, tudo que transborda de nós. Como você.

Porque a verdade mesmo é que você nunca coube aqui dentro.

Mas eu queria um nome para isso.

Um nome para esse desejo-consumista-que-batia-por-você-e-que-não-se-contentava-em-caber-dentro-de-mim. Foda-se.

Eu pensava que dar nome às coisas lhe atribuiria um peso.

Ilusão.

O fato de trata-lo como algo-que-não-tinha-nome já era um nome propriamente.

O mais pesado deles.

Fui fisgada por mim mesma.

Diabos.

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Louise Hammer
Enviado por Louise Hammer em 19/09/2012
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