A FORÇA DE UM AMOR

Quando saíram da casa da costureira Aidê pediu licença e foi para uma loja que ficava no final da rua principal, comprar roupas para Ricardo que não parava de crescer, ele crescia como se não fosse mais parar, ele já estava da altura de Bianco e crescendo, ele estava muito forte e bonito.

Na loja Aidê encontrou tudo que precisava, calça, camisa, paletó, sapato, meias e tudo mais para deixar seu filho o verdadeiro galã da casa já que ele era realmente o mais lindo de todos, pelo menos ela o via assim, com aqueles olhos castanhos claros e as bochechas rosadas, alto, forte e inteligente e dono de um sorriso encantador, que a mãe conhecia em cada detalhe, enquanto escolhia as peças, seu Anastor, fez um comentário no mínimo intrigante:

- o jovem Ricardo cresceu bastante não foi?

- realmente ele cresceu muito... está enorme, mais alto que seu Raul, é ta até mais alto que o Bianco filho da minha madrinha...

- este é outro faz muitos anos que vi, ele voltou?! Não foi?!

- voltou e esta vivendo lá na fazenda conosco, é uma alegria só ele e o Ricardo é difícil dizer quem dos dois é a criança eles são cúmplices em armações e estratégias de me deixarem de cabelos brancos, se é que me entende...

- entendo, criaste o pequeno Ricardo desde pequenino...

- desde quando ele nasceu, ele tinha 2 dias de vida quando a mãe dele morreu e ela me entregou ele, na verdade ela entregou para minha mãe quando ela morreu eu tomei conta dele. E até hoje, eu fiquei com ele, e só vou deixa-lo quando morrer...

- você é mãe dele!!! Como se fosse, não é?

- sim! Como se fosse mãe do meu afilhado. Mãe protetora ainda por cima, eu tenho muito cuidado com ele, e ele comigo... mas quanto ficou minha compra?

Ela pagou a conta e saiu do comercio com as sacolas nas mãos e entrou no carro que Milena guiava de volta a fazenda, no caminho durante varias conversas elas discutiram um detalhe esquecido por todas:

- e o cabelo o que faremos? Eu pretendo apenas aparar as pontas e fazer um belo penteado, já que seria a dama de honra da noiva!!!

Falava a irmã da noiva com um sorriso iluminado

- a noiva eu já sei que como vou usar véu vou fazer um coque alto e colocar a grinalda e você Aidê o que fará no cabelo?

- vou cortar de novo e penteá-lo somente isso!

Todas a olharam com ar de sobressaltadas, e responderam:

- como assim cortar o que ? seu cabelo já esta curto demais...

- além do que o Guilherme não gosta deste seu visual. Ele não gosta do seu cabelo tão curto, é um tanto estranho você não fica tão feminina...

- você já perguntou pra ele o motivo que me levou a cortar o cabelo? Eu cortei porque precisava de praticidade, para lidar com o gado, com as lavouras e tudo mais, e não dava ta o tempo todo cuidando do cabelo não eu tinha que ser rápida e pratica, e sabe que eu prefiro ele assim, curtinho com o pescoço de fora, mais leve mais fresquinho.

Chegando na casa de Guilherme ela desceu do carro e seguiu para o estábulo onde ela encontrou com o “filho ” e com Bianco muito ansioso e preocupado, andando de um lado pro outro e falando baixo juntamente com o Ricardo.

- o que foi que os senhores aprontaram dessa vez?andem falem logo ou querem que eu descubra!?

- Aidê sem querer eu fiz o Ricardo passar vergonha!

- como assim?

- eu tava indo pra vila quando passei na frente da escola na hora do intervalo e ele tava conversando com uma menina, e eu fiz uma pergunta ridícula de pai!

- qual?

- se aquela era a namorada dele? Ela ficou muito irritada com ele e saiu desenganada com ele, e agora eu to tentando consertar eu vou ajudar ele a reconquistar a menina!

- quem era ela... sim eu tenho que saber quem é a fulaninha que está arrastando asa pro meu afilhado.

-a não isso não madrinha é só uma colega do colégio ela ficou irritada por causa do comentário dele...

- ta mas você gosta dela ou não?

- há eu não vou pagar de fracote pra vocês não. Poxa padrinho, madrinha eu ... eu gosto dela sim e não sei o que fazer padrinho...

- eu sei trate ela com respeito e atenção não mude pra parecer com quem você não é e isso é o suficiente pra dar tudo certo, e ela não ficar achando que você é um idiota ou que quando vocês estiverem namorando, você deixar de lado alguma aparência falsa ela não se desiludir por com você.

- é verdade meu filho ninguém consegue fingir ser quem não é por muito tempo, o mais seguro é ser verdadeiro e as vezes se você estiver muito cansado e aparentar estar irritado se for sempre sereno o caldo intorna...

A conversa perdurou por um longo tempo bem como as muitas conversas que eles tinham quase todas as noites, até que um dia Bianco resolve lembrar o passado e pega um violão começa a tocar uma musica de seu povo, Aidê canta uma musica triste quando dona Galbanita toma a frente da cantoria e entoa com sua vos forte um canto alegre e pede a Aidê que anime a noite dançando um pouco. Aidê levanta-se entra em casa, pega outra saia e sai batendo palmas Radamés, levanta-se e começa a dançar com a irmã que serpenteia em volta da fogueira como se seu corpo não possuísse juntas.

Ela dançava como quando em criança, com alegria e vida ela estava tão linda e Bianco tocava violão automaticamente sem que seus dedos obedecessem o seu pensamento ou sua vontade ele estava hipnotizado com ela, se ele tivesse alguma duvida de que a amava naquele instante havia se dissipado, ele a amava mais que sua vida, mais que tudo ela era seu tudo.

Aglae Diniz
Enviado por Aglae Diniz em 16/09/2012
Código do texto: T3884979
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