O Trem
Correu como raposa com calda em chamas, mas já era tarde. Seu amor já havia partido, e do trem, nem fumaça restava no ar, como se nem rastro houvesse para seguir...
Lágrimas torrenciais jorravam dos seus olhos. Lembranças de beijos, abraços, ternura, carinho e um misto de agonia, saudade e desespero, apertavam seu coração, que ainda pulsava por amar ardentemente.
Ao chegar em casa, olhos inchados, vermelhos e cansados de chorar...
Surpresa!
Ela sai do banheiro e fala suavemente:
- O trem se foi e eu fiquei a olhar. Não tive coragem de partir porque ainda te amo. Amo tanto que até dói!
Lágrimas de alegria molhavam seus lábios que sorriam, trêmulo e como quem sonha um sonho lindo e tem medo de acordar, ele a abraçou e beijou. Quase sem voz balbuciou:
- Há poucos instantes tudo que entendia de mundo, vida e razão, havia ruido, mas agora com você em meus braços, apenas sei que te amo. Amo tanto que ...
Ela o silenciou com um beijo.