UM AMOR PARA SEMPRE (FINAL)

Depois da conversa com dr. Clóvis, Leandra sentiu-se mais tranquila, mas continuou com os perturbadores sonhos, sempre acordando banhada em lágrimas.
Um dia, resolveu ir procurar o médico lá no hospital indicado por ele e integrou-se num grupo que fazia uma trabalho com as crianças em estado terminal. Ajudava a contas histórias e contas infantis, porque não tinha conhecimento na área médica, mas como voluntária da leitura poderia ser útil.
Passou a frequentar o hospital três fins de tarde por semana, dando o melhor de si.
Aos poucos, foi percebendo-se mais calma e relaxada, até um dia, notou que havia dormido a noite inteira sem que tivesse pesadelos.
Num dos dias de trabalho, encontrou dr. Clóvis no corredor do hospital.
Como sempre acontecia, a moça corou até a raiz dos cabelos, mas dessa vez teve coragem suficiente para olhá-lo nos olhos.
O médico, contente com o encontro, perguntou como estava se sentindo e se havia, ainda, interesse na consulta com o psicólogo. A moça sorriu docemente e disse que não, pois já não mais tinha os sonhos de antes e que tinha que agradecê-lo pela indicação de “tratamento” que ele tinha dado.
Disse-lhe que estava muito contente com o trabalho desenvolvido no hospital e aos poucos a vida estava entrando os eixos.
O médico, satisfeito, sorriu e disse  um dia qualquer eles poderiam encontrar-se para falar a respeito. A moça somente assentiu, calada e rubra.
A vida seguiu o seu ritmo e cada um foi cuidado das próprias necessidades.
Após uns meses, Leandra começou a sentir um bem-estar indescritível na sua vida.
Mais feliz, ia a empresa da família todos os dias e as tardes ia para o seu trabalho no hospital.
Um dia, deitou-se, cansada com a luta do dia e em seguida começou a sonhar com Anselmo. Só que dessa vez a cena era um pouco diferente.
Apesar de estarem no mesmo jardim, com a mesma cachoeira no recanto, a moça percebeu que Anselmo estava mais próximo. Sorridente, ele levantou a mão como se fora tocar o “vidro” que os separava e pela primeira vez ela sentiu a sensação de entrelaçamento entre seus dedos e os do rapaz. Ainda na inconsciência do sono, Leandra sentiu os olhos lacrimejarem, mas o viu menear a cabeça, levemente, sempre sorridente.
E ela o viu balbuciar as palavras “Viva em paz e seja feliz”. E assim a cena no sonho desfez-se.
Leandra acordou, como das outras vezes, aos prantos, mas dessa vez sentia um conforto e uma alegria indescritíveis.
Levantou-se, arrumou-se e foi para o trabalho feliz da vida, após tomar café da manhã com os pais.
À tarde, foi para o trabalho no hospital, onde encontrou com dr.Clóvis. Como sempre sorridente, o médico percebeu que um milagre havia acontecido.
Os jovens, sorridentes, mudos e felizes entrelaçaram as mãos, assim como havia acontecido no sonho da moça e ela sentiu-se abençoada pelo noivo agora em outra vida.
E novamente venceu o amor.
FIM


Estrela Radiante
"Imagem do Google"

 
Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 25/08/2012
Reeditado em 20/09/2015
Código do texto: T3848219
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