UM AMOR PARA SEMPRE (I)

E lá estava ela a beira-mar. Como todos os dias, o olhar parado, fito no horizonte sem fim.
Pelas horas infindas, estática, dava a impressão de ter-se esquecido da vida, ou que a vida estivesse se esquecido dela.
Jovem, bonita, boas roupas, ninguém poderia dizer de onde viera.
Alguns curiosos já haviam seguido e a viram entrar numa pequena pousada. Mas como esses lugares primam pela discrição, nada conseguiram saber sobre ela.
Uma pessoa de poucas palavras, Leandra sofria a dor da perda de alguém muito amado. Seu noivo, Anselmo, morrera num estúpido acidente de carro. Perdeu a direção numa autoestrada e precipitou-se pela ribanceira, morrendo em segundos.
Assim, como podemos imaginar, o sofrimento de Leandra é infindo.
O tempo é o senhor de todas as coisas, mas Leandra recusa-se a aceitar o acontecido. O acidente aconteceu há um ano atrás e a moça ainda nem voltou ao trabalho.
Como trabalha na empresa da família, todos vão fechando os olhos para as intermináveis licenças.
Assim, Leandra resolveu viajar para cidadezinha praieira, onde pudesse descansar e esquecer um pouco a tristeza.
Os dias passam celeradamente, e Leandra junto. Passa os dias na praia, sem pensar em nada.
Até que um dia, seu celular tocou já quase madrugada. Era sua mãe, aos prantos, dizendo que o seu pai não estava bem e que todos necessitavam urgente de sua presença.
A jovem empalideceu, quase desmaiou, mas manteve-se firme, agarrada ao telefone. E assim ouviu sua mãe chamá-la várias vezes.
A moça, finalmente, saindo do seu transe, respondeu, tentando dar firmeza à voz: Estou bem, mãe, e já vou pedir um carro para me levar para casa.
A mãe da moça suspirou ruidosamente e a mais tranquila, disse-lhe que fosse imediatamente para o hospital central, onde o pai estava internado.
Rapidamente, Leandra arruma as malas e pede na recepção que arrume um táxi para levá-la para casa.
Durante a viagem, a moça, calada, tenta não chorar, mas não consegue. E o pranto desaba.
O motorista, preocupado com a reação da moça, pergunta-lhe se deseja parar em algum lugar, mas ela sacode a cabeça dizendo-lhe que não. Então ele lhe oferece uma almofada para que ela se acomode melhor e ela a aceita.
Quase deitada no banco de trás, Leandra segue viagem rumo ao seu inesperado destino.
A música suave a embala e Leandra finalmente adormece.
De súbito, sente uma mão que lhe embala o ombro suavemente. O motorista chegando à cidade, precisa saber para onde dirigir-se.
Leandra acorda, ainda tonta, e lhe dá as indicações para chegar ao hospital.
Lá chegando, despede-se do gentil taxista, acertando o combinado pela viagem.
Agora começa o outro lado da vida de Leandra.

Estrela Radiante

FIM DA PRIMEIRA PARTE

"Imagem do Google"
Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 23/08/2012
Reeditado em 20/09/2015
Código do texto: T3844598
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