SENTIR

Quando voltei foi assim,

Onde tinha notado escuridão já tinha uma leve diferença de cor,

Era meio como o mar, não era o céu, era ele me tocando.

E a cada toque um brando curto e sem compassos na minha pele

Onde eu pedia mais com todas as minhas forças.

Só não sabia até que ponto poderia ir e quais emoções eu iria lhe proporcionar.

Mas só um fato era certeza: o gosto do prazer que já começava a mudar.

As mãos já tremiam e a pele sentia a brisa do ar que saía de sua boca.

O pólen já tomava conta das borboletas do estômago, a vida já me permitia sentir seu calor como se eu fosse ele.

O mundo tinha parado naquele momento, onde pela primeira vez eu o sentia.

A partir dali passamos a ser um, mas mero entre os mortais, com paixão fervendo os corpos.

Partir e se despedir daquelas múltiplas sensações era impossível,

Pois meu corpo precisava dele, pedia, implorava por cada pedaço.

Tudo que recebia era repleto de prazer.

Cada sensação era de uma magnitude delirante.

Ele conseguiu explorar lugares nunca habitados em mim.

Seus olhos se aprofundavam, tocando minha alma.

Seus beijos me faziam tremer.

Suas mãos, ah! Suas mãos...

Por mais que eu tente, jamais conseguiria descrever cada sensação do seu toque.

A intensidade era imensa e tão superior que me fez crer que era amor.