Pequena Praia

O exagerado sol de verão iluminava a tarde, junto dele imensas nuvens escuras começavam a tomar conta do céu azul turquesa, logo uma chuva chegaria.

A mensagem que havia recebido dizia: encontre-me no lugar dos seus sonhos. O número era desconhecido, mas as palavras eram doces e soavam carinhosamente.

Não era muito difícil imaginar que lugar seria. Era uma pequena praia escondida atrás das arvores da rodovia. Um lugar pequeno e lindo deveria tem uns 100 metros de extensão ou até menos, com pedras enormes e muitas arvores que traçavam aquela paisagem.

Desci o pequeno caminho de entrada da praia, não foi difícil o avistar, ele era o único naquele lugar e estava sentando em uma pequena pedra. Então era ele, ele o autor da mensagem.

Em um ápice de segundo a felicidade me domou, não existira ninguém além dele que eu quisesse naquele lugar.

Estava vestido com um jeans e camisa branca, cor essa que iluminava o rosto sereno com a barba por fazer. Logo me avistou, sorriu e, com passos calmos veio a minha direção, nas mãos trazia uma gérbera rosa.

Cada passo que se seguia, era como se meu coração parasse por um instante.

- Parece que entendeu a mensagem – sua voz soava como melodia, era calma e confortante. Seus olhos guiavam os meus, me sentia hipnotizada, era como se toda a beleza do mundo estivesse escondida entre aquelas íris castanha.

- Não foi muito difícil, aqui é meu lugar preferido. Apenas algumas pessoas sabem disso.

- Gérberas, suas preferidas, não são? – dizia enquanto colocava a delicada flor em minhas mãos.

- Sim, elas são! Obrigada é linda – Era linda mesmo, de cor tão viva e tão delicada. Já tinha recebido outras iguais mas, aquela tinha se tornado a mais linda, a mais especial. Também tinha sido a única capaz de desviar meus olhos daquele olhar hipnotizante.

- Me concede essa dança?

Dança? Mas não tinha musica tampouco onde tocar uma musica.

- Desculpa, mas não sou boa dançarina, nem temos uma musica aqui

Uma leve careta trocou de lugar com aquele sorriso, ele tirou a flor de minhas mãos e a colocou na areia. Fiquei sem saber o que ele queria, mas assim que voltou ao meu lado as mesmas mãos que tomaram a flor, dominavam minha cintura e a outra, se encaixava perfeitamente entre meus dedos, me movendo junto a ele num passo de dança.

Comecei a rir, para mim já era quase impossível dançar com musica, sem ela era uma absurda loucura. Como ele conseguia mover e girar uma estatua? Pois era isso que eu era.

- Do que está rindo?

- Já sou dura com musica, sem... – As palavras pareciam sumir, não conseguia flar quase nada. Encostei minha cabeça próximo ao seu pescoço, ele tinha um perfume bom, um pouco amadeirado. – Não sei como consegue.

- Não seja por isso – ele se aproximou do meu ouvido e começou a sussurrar uma canção, era Sozinho. Sua voz foi como mágica, no mesmo instante me afagava em seus braços.

Como havia previsto a chuva começava a cair, fraca nos primeiros segundos, mas nada que vencesse nossa dança e mesmo depois de forte não saímos do lugar.

Ele parou de cantar, mas continuamos aqueles passos. Alguns minutos se passaram em silêncio, mas aquela voz voltou a sussurrar para mim.

- Eu preciso de você, eu quero você, demorei tanto para dizer isso. Eu, eu, eu.... Eu amo você.

Suas palavras tomaram conta da minha cabeça, não sabia o que dizer. Raciocínio lógico não era meu forte agora. Paramos aqueles passos e levemente me afastei até conseguir olhar dentro de seus olhos. Minha falta de resposta era descrita com aflição naqueles olhos. Eu o amava, sabia disso desde sempre, e não esperava por tudo aquilo. O Eu te amo que tantas noites simplesmente não saiam e, seu olhar de aflição estavam se transformando em tristeza, então o abracei sem dizer nada, foi recíproco, meu coração disparava, falando o que minha voz não tinha capacidade de dizer. A chuva ficava cada vez mais forte, seu rosto encharcado sorria para mim como se tivesse entendido meu silêncio.

Percorri com os dedos o desenho de sua boca, para evitar o que ele tinha a dizer, seja lá o for não seriam melhor que as suas palavras anteriores.

Por que não conseguia responde-lo? Deus me ajude, eu o amo tanto. Fechei os olhos respirei fundo, e voltei a olhar aquele rosto novamente e o beijei. Beijei com todo amor, que havia reprimido dentro de mim, com toda paixão que tinha. Senti meu coração acelerar, o corpo arrepiar. Esperei por esse momento a tantos tempo que não tinha coragem para terminar aquilo, até que nossos fôlegos chegaram ao fim e pediu um tempo, nossos lábios se desconectaram e nossa respiração era ofegante, mesmo assim ele conseguiu ar para beijar minha testa. Minha cabeça voltava ao normal, em fim conseguia raciocinar, minha voz começou a querer aparecer, logo o respondi.

- Eu te amo, eu te amo a tanto tempo mas nunca tive coragem de dizer, tinha medo de não ser correspondida, e se fosse, não saber lidar com isso.

Ele voltava a abrir aquele sorriso iluminador.

- Isso nunca ia acontecer. Você é a mulher da minha vida, eu te amo e agora que sei que me ama também, posso ter certeza de que sou feliz

Já estávamos encharcados mesmo, então ele me pegou no colo, e correu pro mar. Rindo como uma criança ele me soltou, colocando-me de pé. O mar estava calmo, não havia quase ondas, então ele me beijou de novo, e dizia no intervalo de cada beijo, te amo, variando com um você é minha ou te amo, te amo, te amo.

Ficamos naquela praia, até o cair da noite. Voltamos para o carro, ele pegou o terno que estava no banco de traz e me cobriu.

- Obrigada por vir e fazer de mim o homem mais feliz do mundo – me deu um beijo leve e cada um entrou em seu carro e seguiu caminho, com a certeza de que tínhamos no peito uma felicidade impagável.

Babigosinski
Enviado por Babigosinski em 17/08/2012
Código do texto: T3835712
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