A bailarina

Linda!

Sempre com um belo sorriso no rosto e passos delicadamente executados, que encanta e fascina qualquer um.

Não tem dia nem hora é SEMPRE ASSIM. É só abrir a caixinha e deixar a valsinha tocar.

Mas quando a música acaba e se fecha a caixinha, o que faz a bailarina?

Deve se sentir sozinha dentro daquela caixinha escura e fria. Deve chorar em silêncio os calos no pé e as feridas abertas que esconde cuidadosamente para não estragar seu show. Deve sonhar acordada com o mundo fora da caixinha, com as músicas que nunca dançou, com os amores que nunca viveu, com a liberdade que nunca sentiu...

Mas de repente acendem-se as luzes, se ouve aquela mesma música e lá vai a bailarina de novo.

E quem lhe vê dançar tão bem não imgina os calos que ela tem no pé. Assim como quem lhe vê sorrir nem imagina quantas lágrimas aquele sorriso esconde.

Quem te vê dançar assim tão leve, bailarina, não imagina o peso do cansaço e das feridas que carregas. Se imaginasse te aplaudiria dez vezes mais.

Conheço tua dor, bailarina. Dia desses ainda te tiro daí.

RêThaís
Enviado por RêThaís em 17/08/2012
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