TRIÂNGULO AMOROSO

Texto extraído da poesia TRAIÇÃO E DILEMA, deste autor.

O vento frio fez com que Laura levantasse da cama e fechasse a janela do quarto, mostrando o seu belo corpo sensual, de curvas perfeitas, uma morena jambo pra ninguém botar defeito. Ela se orgulhava disso, fazia questão de exibi-lo com roupas curtas ou transparentes. Voltou para a cama onde se encontrava um belo rapaz com menos de trinta anos, tinha a idade de ser seu filho. Faziam amor com bastante frequência na mesma cama onde o marido também a possuía. A noite já dava sinais de que se aproximava e ela o apressou para ir embora. Ele morava a poucos quarteirões dali e estava sempre à disposição quando ela chamava. Davi vestiu a roupa e saiu, tendo o cuidado de não ser visto por vizinhos. Laura tinha uma grande afeição por ele, não querendo que arranjasse namorada em hipótese alguma, tinha advertido-o.

Jesse chegou do trabalho ao cair da noite, era um marido pontual e sem defeitos. Amava a esposa e era correspondido, fazendo amor com ela sempre que necessitava e ela o cobria de carinhos, dedicava um amor que pouca gente sabia dar. Era uma perfeita esposa, não tinha filhos e nem quisera adotar algum, vivendo apenas para o marido, assim demonstrando. Mas ele tinha suas desconfianças, sabia que ela poderia o estar traindo, mas a amava loucamente e não queria desapontá-la, não queria perder a oportunidade de ficar naqueles braços, de usar aquele corpo sensual e majestoso. Queria penetrá-lo várias vezes por dia, sentir o seu perfume, beijar aquela boca carnuda de Laura que nunca vira igual em lugar nenhum. Sentia-se seduzido por essa mulher, essa poltranca que não conseguia domesticar. Ela o dominava, lambia-lhe todo, deixava-o exausto de tanto gozo. Jesse jamais ousou olhar para outra mulher, só via a esposa Laura na sua frente e seria capaz de tudo por ela. Antes mesmo de jantar levou-a para a cama e amou-a perdidamente, vendo-a delirar em baixo dele, sussurrando palavras doces nos seus ouvidos.

Na manhã seguinte, após o café da manhã, Jesse saiu para o trabalho, como costumeiramente fazia, beijando a esposa com ternura. Nem chegou na esquina e parou para observar sua casa de longe. Passaram-se alguns minutos e Jesse viu Davi se aproximar do seu portão. Escondeu-se atrás de um poste e ficou a olhar. O rapaz entrou e fechou o portão, deixando-o irado. Sabia o que iria acontecer a partir daquele momento mas se conteve, sempre pensando em voltar, mas não queria ferir a esposa, não desejava maltratá-la e seguiu para o trabalho tranquilamente. Pensaria numa forma de conversar com ela, de resolver essa situação. Chegou no trabalho e ligou para casa, tendo ela atendido carinhosamente e dizendo estar ansiosa pelo seu retorno logo mais à noite. Laura desligou o telefone e voltou para a cama onde Davi a esperava, ansioso para usar o seu belo corpo.

Certo dia Jesse tomou uma decisão para tentar solucionar o seu grave problema, apanhando uma arma sem que Laura desconfiasse desse ato e partiu para determinado local. Conhecia bem Davi, sabia onde encontrá-lo e estava disposto a tirar sua vida. Já o vira algumas vezes em sua casa com outras pessoas, por ocasião de festas e comemorações, tinha certeza que era traído por ele. Chegou ao local bastante tenso, vendo logo Davi em uma mesa de bar. Jesse estava por trás de algumas folhagens, ninguém o percebia, teria a oportunidade de eliminá-lo sem ser visto. Apontou a arma, o dedo estava firme no gatilho, apesar de trêmulo. Mirou o jovem como um desafeto que não merecia viver. Meditou um pouco, pensou nas consequências, poderia ser descoberto e preso, poderia também perder o amor de Laura, aquela que tanto amava e não suportaria viver sem ela. Baixou a arma e escondeu no bolso. Voltou para casa de consciência tranquila, sabendo que iria continuar a usufruir do amor da esposa, de se deliciar do seu corpo majestoso, embora sabendo que outro fazia isso também. Aceitaria essa situação por Laura, pela esposa querida, pelo amor que sentia por ela. Quando abriu o portão de casa ela estava na porta esperando, ostentando um sorriso que só ele conhecia. Abraçou-a carinhosamente e beijou-a com desejo, levando-a para a cama.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 17/08/2012
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