A MÁGICA INVERTIDA
As folhas eram levadas pelo vento, num redomoinho incessante. O frio, enregelante, podia ser sentido nos osos.
Sentada naquele banco da praça, Elisa olha para tudo como se nada visse. Os olhos baços, secos, as marcas de lágrimas sofridas escorridas pelo rosto. Mais uma vez Rogério não viera. E não viria nunca mais,ela sabia. Mas ainda tentou enganar-se mais uma vez.
Arrependia-se de ter acreditado na cartomante. Como pudera ser tão ingênua??? Perguntava-se incessantemente. Todos tentaram adverti-la sobre a charlatã. Mas a boba apaixonada, acreditou em tudo o que outra disse em troca de uma boa parte do salário do mês. Tola, tola, repetia e chorava, como se assim fosse resolver alguma coisa.
Finalmente quedou-se na certeza de ele não viria e foi andando , com passos lentos em direção a sua casa.
Lá chegando, colocou uma chaleira no fogo para fazer um chá, afinal o bebê quê estava em seu ventre necessitada de alimento, independente do seu pai querê-lo ou não.
Quando começou a trabalhar no escritório foi alertada pelas colegas que Rogério era um chefe como os outros, mas com uma séria veia de conquistador e que muitas outras que tinham caído na conversa dele e perdido o emprego. Mas Elisa achava-se mais esperta que elas e o resultado é o presente: grávida e abandonada. A velha história desde que o mundo é mundo.
No dia seguinte, Elisa dirige-se ao escritório decidida a resolver a vida de uma vez por todas. Rogério sabia do filho e se negava assumir, então só existiam dois caminhos, ambos difíceis , mas não havia outra solução. Ela iria deixar o escritório, porque assim esqueceria Rogério para sempre e procuraria uma clínica de aborto. As amigas ainda tentaram tirar as ideias da cabeça de Elisa, mas a moça, irredutível, negou-se a ouvir.
Passados uns dias, os trâmites legais da recisão de contrato e Elisa de posse de sua indenização foi para casa.
Elisa acertou o aluguel de dois meses, preparando-se para o que seria possível para a malfadada cirurgia.
Começou a procura da tal clínica. Saía todos os dias, perguntava para pessoas conhecidas, mas ninguém lhe dava informações precisas por medo das implicações com a justiça.
Resolveu, então procurar a clínica num outro bairro mais distante.
Com essas mudanças na vida, Elisa começou a perguntar-se se o que estava fazendo era certo. Há dias vinha sonhando com um menino lindo, louro de olhos azuis como ela. Estavam sempre num jardinzinho lindo, cheio de flores e ele corria e ela atrás, rindo felizes. E tais cenas começaram a mudar o seu modo de pensar.
Numa das últimas saídas em busca da clínica, chegou a um bairro bonito, arborizado, como uma cidade do interior. Perguntou a várias pessoas sobre a clínica. Finalmente Elisa chegou diante da casa onde funcionava a clínica, mas estava fechada.
FIM DA PRIMEIRA PARTE
Estrela Radiante
"Imagem do Google"
As folhas eram levadas pelo vento, num redomoinho incessante. O frio, enregelante, podia ser sentido nos osos.
Sentada naquele banco da praça, Elisa olha para tudo como se nada visse. Os olhos baços, secos, as marcas de lágrimas sofridas escorridas pelo rosto. Mais uma vez Rogério não viera. E não viria nunca mais,ela sabia. Mas ainda tentou enganar-se mais uma vez.
Arrependia-se de ter acreditado na cartomante. Como pudera ser tão ingênua??? Perguntava-se incessantemente. Todos tentaram adverti-la sobre a charlatã. Mas a boba apaixonada, acreditou em tudo o que outra disse em troca de uma boa parte do salário do mês. Tola, tola, repetia e chorava, como se assim fosse resolver alguma coisa.
Finalmente quedou-se na certeza de ele não viria e foi andando , com passos lentos em direção a sua casa.
Lá chegando, colocou uma chaleira no fogo para fazer um chá, afinal o bebê quê estava em seu ventre necessitada de alimento, independente do seu pai querê-lo ou não.
Quando começou a trabalhar no escritório foi alertada pelas colegas que Rogério era um chefe como os outros, mas com uma séria veia de conquistador e que muitas outras que tinham caído na conversa dele e perdido o emprego. Mas Elisa achava-se mais esperta que elas e o resultado é o presente: grávida e abandonada. A velha história desde que o mundo é mundo.
No dia seguinte, Elisa dirige-se ao escritório decidida a resolver a vida de uma vez por todas. Rogério sabia do filho e se negava assumir, então só existiam dois caminhos, ambos difíceis , mas não havia outra solução. Ela iria deixar o escritório, porque assim esqueceria Rogério para sempre e procuraria uma clínica de aborto. As amigas ainda tentaram tirar as ideias da cabeça de Elisa, mas a moça, irredutível, negou-se a ouvir.
Passados uns dias, os trâmites legais da recisão de contrato e Elisa de posse de sua indenização foi para casa.
Elisa acertou o aluguel de dois meses, preparando-se para o que seria possível para a malfadada cirurgia.
Começou a procura da tal clínica. Saía todos os dias, perguntava para pessoas conhecidas, mas ninguém lhe dava informações precisas por medo das implicações com a justiça.
Resolveu, então procurar a clínica num outro bairro mais distante.
Com essas mudanças na vida, Elisa começou a perguntar-se se o que estava fazendo era certo. Há dias vinha sonhando com um menino lindo, louro de olhos azuis como ela. Estavam sempre num jardinzinho lindo, cheio de flores e ele corria e ela atrás, rindo felizes. E tais cenas começaram a mudar o seu modo de pensar.
Numa das últimas saídas em busca da clínica, chegou a um bairro bonito, arborizado, como uma cidade do interior. Perguntou a várias pessoas sobre a clínica. Finalmente Elisa chegou diante da casa onde funcionava a clínica, mas estava fechada.
FIM DA PRIMEIRA PARTE
Estrela Radiante
"Imagem do Google"