CANTO 69
Amador Filho.
Não me julges tão severamente.
Aqueles que me acusam impiedosamente careciam ouvir hoje, como tenho certeza que ouvimos no passado reencarnatório, o verbo que há dois mil anos confundiu a sabedoria e a justiça daquela época, expressando a misericórdia na mais genial das sentenças: “ QUEM NÃO TIVER CULPA, ATIRE-LHE A PRIMEIRA PEDRA”.
Todos os que chegam a ti para acusarem-me, para dissecarem os meus defeitos, para apontarem os meus pecados, escondem nas dobras da própria alma, as mesmas máculas, a mesma lama que atribuem a mim.
São bajuladores hipócritas...
Hoje contemplo o teu retrato na minha mesa. Ele me aproxima de ti, fazendo-me lembrar o milagre de haver eu, ajuntado em tão escasso tempo, tanto sentimento precioso
dentro de mim.
Tu és minha oportunidade redentora! Preciso de ti como necessito do ar que respiro para viver! Não me negues, pois, esta grande chance.