TRAIÇÃO E SEPARAÇÃO
Pierre só esperou o avião decolar para ter a certeza de que sua esposa já estava bem longe. Ela estava indo visitar uma irmã que se encontrava enferma no Rio de Janeiro, sem previsão de voltar logo, já que ia depender do estado de saúde dela.
Dentro do avião Suzana deixou cair algumas lágrimas por gostar muito da irmã, viúva e com um filho pequeno. Não tinha mais ninguém para lhe dar apoio, além de uma vizinha muito caridosa. Prestaria assistência a irmã e aproveitaria para conhecer a cidade, um antigo desejo seu.
No estacionamento do aeroporto Pierre, dentro do carro, ficou imaginando o que fazer naquele momento. Pegou o celular e fez uma ligação rápida, em seguida partiu. Cerca de vinte minutos depois estava diante de uma casa e uma bela mulher veio ao seu encontro. Saiu do automóvel, abraçou-a e deu um longo beijo. Entraram e ele foi servido com uma dose de whisky, sentado confortavelmente em um sofá. Neide era o nome da sua amante, dona de uma elegância invejável, afinal tinha um padrão de vida muito bom, trabalhava e ainda tinha os recursos dele. Da sala para o quarto foi uma questão de minutos e logo dois corpos nus estavam abraçados em uma cama espaçosa.
No Rio de Janeiro Suzana desembarcava ostentando um largo sorriso e alguns minutos depois já tomava um táxi rumo à casa de sua irmã. Lá chegando foi recebida por Suely, sua irmã, visivelmente abatida, mas que procurava aceitar esse momento em sua vida. Abraçou-a e beijou o sobrinho, cumprimentando a vizinha que ali estava cuidando dela.
Pierre deixou a casa de Neide e seguiu para o trabalho, um confortável escritório onde trabalhava como gerente de uma grande empresa de construção civil. Teve um dia de trabalho comum rodeado de vários empregados. No final do expediente pegou o telefone e ligou para a esposa, que atendeu o celular e informou que estava tudo bem e que iria começar as providências para a assistência à irmã.
Os dias se passaram e Suely teve uma melhora considerável, sendo tratada por um médico de confiança, deixando Suzana mais tranqüila. Teve tempo para conhecer o Rio visitando seus pontos turísticos e suas belas praias. Em uma semana ele desfrutou de momentos agradáveis, mesmo com a irmã em recuperação. Chegando a hora de retornar ao Recife, Suzana resolveu fazer uma surpresa ao marido, dizendo que só retornaria na semana seguinte.
Tomou o avião naquele mesmo dia, chegando por volta das 16:00 h. Apanhou um táxi e se dirigiu para sua residência. No trajeto ela reconheceu o carro do marido à sua frente e ia pedir ao motorista do táxi que parasse adiante, na frente do seu carro, quando observou que uma mulher estava ao seu lado. Ficou curiosa e decidiu seguir o carro dele. Para sua surpresa e raiva ao mesmo tempo, o carro dele entrou em um motel. Fula da vida, já expondo ao profissional do táxi a sua situação, pediu para o mesmo aguardar, sendo atendida. Foi uma espera de quase duas horas, mas para ela ia valer a pena. Quando o carro do marido se preparava para sair, ela ficou na frente aos gritos, expulsando a mulher de dentro aos puxões de cabelos. Foi uma cena lamentável que ela própria nunca esperava.
No dia seguinte, depois de explicações e discussões, Suzana decidiu sair de casa, acertando com um advogado a separação, viajando novamente para o Rio de Janeiro, onde tentaria acertar sua vida morando com a irmã, que mais do que ele precisava de sua ajuda.
Pierre não conseguiu se justificar e teve que engolir a ira da esposa, coberta de razão. Traição se paga com separação, preço que ele teve que pagar.