No meio da sala segurando o revolver
Parou no meio da sala segurando o revolver e apontando em direção a ela. Mudo, surdo, cego, de ódio.
Ela não gritou, não gesticulou, não saiu do lugar, permaneceu imóvel, como uma pedra. Apenas uma lagrima rolou pela face, desceu pelo nariz, equilibrou-se nos lábios de batom, passou pelo queixo, acomodou-se nos seios empinados pelo sutiã.
Ainda com a arma apontada, preferia que ela tivesse gritado, gesticulado, tentado fugir e não chorado. A vítima tinha que ser ele, e não ela. A vítima tinha que ser ele. A vítima foi ele.