MANHATTAN - EM BUSCA DE UM AMOR


Naquela manhã de sol, o dia se abriu nos meus olhos e a imagem da amada batia incessantemente no meu íntimo. Observei pela janela da aeronave, retirando os óculos cavalera médio preto levemente da face. E me encantei com o reflexo da Estátua da Liberdade num casamento de imagens, lembrei-me de certa estrofe ofertada a um amigo carioca. E naquele instante plausível o coração batia num só compasso, cantando o que havia dito em julho de 2010 no Brasil na publicação de uma simples homenagem. E por pouco aquele sonho não virou um dos arranha-céus de Manhattan. <Que loucura é a minha>, disse meditando, e segurando o tablet na mão esquerda com os olhos saltando por toda a pequena Ilha da Liberdade. De imediato sem o meu comando, o destino cantou as linhas ventiladas dos versos:

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Eu quero sair do sertão, ir pra Nova York ciente,
Subo no anel da Liberdade e ’ou recitar,
O teu canto para o planeta ouvir contente,
Cá, os meus versos não tem valor nem audição,
Leva-me ao maior centro da Cultural Mundial,
Lá! Na Times Square faço até um mural,
Vibro Nova York em versos, sou bramador,
Com as tuas obras pintas o céu com verdor,
Franck Sinatra e Obama. Riam eles de emoção,
Uma vez que Roberto Del’ Secchi é vencedor,
Um homem com todas as letras é um barão.


Vislumbrei daquela dimensão a minha imagem no apogeu no braço erguido da iluminação ao mundo, Sem contratempo, vou recitar na cabeça da liberdade e deixar na memória esse poema do meu amigo. E farei outro com sete oitavas metrificados para renascer todos os dias na esperança, iluminação e compreensão dos homens. E sairá as minhas linhas dos sete raios angulares da cabeça da liberdade na preservação de todas as raças ao princípio da construção.

Não farei como a louvada poetisa Emma Lazarus que teve em memória placa de metal cravada aos pés da estátua com o seu renomado poema “The New Colossus”. Entendo que o meu será chamado ao destino do tempo e de todas as eras numa iluminação em cada ponta da estrela, expandindo-se nesse basilar que outros não o distinguem.

Dessa forma, meditando e observando Nova York, tudo me enlouquece com a alegria que um dia se tornou realidade, apesar de ter clamado ao amigo que me levasse a Nova York, fato não consumido. E, por razões diversas, vejo-me hoje tatuando nesta América numa real conquista nos ares.
Bem ali, sinto o cheiro do Rio Hudson lançado naquele limite interestadual de valores entre New York e Nova Jérsei e me lembro com saudade do meu Rio Itapecuru que corta as instâncias do meu sítio naquela localidade conhecida Sambaíba, em Caxias (MA). No rápido balanço, a aeronave inclina-se e a voz do comandante, diz:

-Senhores passageiros, estamos sobrevoando o Central Park em Nova York.

Os meus olhos vão num raio de luz que procuro de um lado para o outro, o edifício Dakota onde viveu o meu ídolo John Lenon, e se não me falha a memória, ali ainda vive Yoko Ono. Sim. É ali mesmo na esquina da Rua 72 com a Central Park West. Nossa! Que paraíso entre a esperança e um extenso tapete verde.

Sem tempo, a minha máquina reprocessa em jatos de lembranças tudo, além de adornar as fortes lembranças daquela mulher que um dia me disse olhando nos meus olhos que sempre me admirava, entregando a mim a sua alta costura de clamores. Refletir, e continuei descrevendo com a visão aquele panorama encantado do luxuoso GE Bulding na sua mais elevada forma de arranhar o céu do meu Deus. Ó que loucura! É um brado estendido na perdição dos céus de Manhattan. Se me deixassem, eu escreveria nas suas paredes o maior poema de amor do mundo com dedicatória peculiar de uma deusa.

Mas, estou na reta final, e a aeronave desce cabrado a uns 5 ou 6 graus de inclinação, talvez numa velocidade de 150 Kt a uma razão equacional de aproximadamente 500 pés por minuto. Eu sinto isso nas asas do Airbus, procurando um nivelamento na pressão inferior e superior deste voo na manobra para a pista do aeroporto John F. Kennedy. E não me esqueço do dia 11 de setembro, não. Está tudo bem aqui comigo. Apenas sinto a velocidade do vento nas asas e a brusca redução da potência dos motores com o bico elevado do avião tocando o solo de Manhattan.

Olho um universo panorâmico de uma nova terra ao pisar no aeroporto JKF. E logo, ligo o celular com alertas de mensagens dizendo-me:

-Tá sumido amor... RS beijos. Vou dormir.

Outra mensagem, ela dizia:

-Pode dar um oi ao menos... Puxa vida...

Noutra mensagem, ela me diz:

-Bom dia amor. Fiquei bolada sim, mas já passou. Você explicou e meu coração já está tranquilo. Desculpa pelo email. Olha amor. Eu sonho com você todas as noites. Um beijo vou dormir de novo... bjs.

As horas passam, é nove horas em Manha
ttan, chamo um táxi amarelinho com destino a Time Square. E me viro com tantas cores amarela nas ruas, descendo e subindo. Haja tanto táxi desse jeito. E bem ali mesmo onde desço e cruzo a larga avenida, por onde caminho até chegar à esquina da Time Square e degustar um bom cafezinho, apreciando os oito andares das Lojas Macys presente naquele espetáculo.

Num lance rápido, aprecio o restaurante Olive Garden da Time Square, onde degustarei mais tarde uma comida italiana. Com pressa, aceno para um táxi amarelinho que me leva ao destino certo. E, rapidamente, eu disse:

-Please, 200 East 66th Street,

O táxi me levou ao endereço certo. Ali chegando respirei fundo, atravessando a rua no sinal e me avistando com o edifício Manhattan House separado por uma larga calçada de passeio com finas árvores verdes entre vários edifícios. Uma pequena placa amarela com sinal de advertência me dizia:

Attention drivers”.

Eu observei segurando blazer azul marinho numa calça jeans desbotada. E na esquina da 3rd Avenue uma reforma com andaimes na calçada indicava vários alertas. Posicionei-me com o GPS e cheguei no apartamento onde o silêncio reinava no oitavo andar. Apertei a campainha, e o amor abriu a porta sem nada me dizer. Abraçando-me, cingi-la no afetuoso beijo prolongado entre abraços e minhas mãos que acariciava demasiadamente. Então, após algum tempo, ela, disse-me:

-Não Acredito que você veio. Não é verdade. Sinto-me sem saber o que falar apenas beijar, beijar e beijar e nada mais.

Naquele instantes apreciáveis, ele subiu as mãos à cabeça, escorregando pelos cabelos e me olhou de lado com as pequenas pupilas num mergulho de doçura. Olhando dentro dos seus olhos, eu disse:

-Sim. Minha querida Pâmela! Aqui estou e vim pra morar no seu coração.

Entusiasmada, ela disse sorrindo e passando a mão no queixo:

-Não pode ser verdade. Ainda estou tonta por tudo isso. Olhe, mandei tantas mensagens pra você no celular e não tive respostas. Dormir intranquila, só pensando em você, meu imperador.

-Amor! Ó minha deusa encantada do paraíso do meu coração. Eu sou assim, e faço-te um jasmim entre as belas flores, recomendei a mais perfumada do Egito só pra mim.

-Obrigada amor de minha vida. Sabe, de tanto pensar em ti, terminei sonhando e agora eu não acredito que você saiu do Brasil e está na minha frente em Manhattan. Estou sufocada com tudo isso. Como pode ser assim tão inexplicável esta chama que me cativa e me enlouquece a cada dia com a sua voz.

Sentado ao seu lado e acariciando as suas mãos, lancei mais um beijo em seus rosados lábios, sentindo a sua boca entrelaçando com a minha. Ela me beijou novamente e me disse.

-E você queria sumir de mim. Ainda quer?

Sorrindo, indaguei da mesma forma:

-E você quer ainda desaparecer de mim por sete horas?

-Eu não quero... Eu não vou..

Afirmando, eu disse com um riso:

-Da mesma forma.

-Eu pensei em você tanto.

-E eu?

-Porque você nunca quer responder primeiro?

-Você nem imagina o quanto danço contigo neste sentimento e te faço feliz.

-Amor, na quinta-feira eu ia te dizer.... Eu vou sonhar com você... Mas não disse nada... E terminei sonhando de verdade. E queria tanto te contar isso.

-Minha única Pâmela, saiba que todas as noites eu sonho com você. E como foi o seu sonho? Conta...

-Sonhei que eu tava em casa e você chegava. Acho que você falou tanto nisso que ficou na mente gravado.

-Já sonhei isso.

Abrindo o riso, ela disse:

-Ah não quero contar!

-Fale, por favor, querida minha margarida.

-Tenho vergonha.

-Por favor, conter-me nesse teu olhar de paz na minha vida.

-É ridículo. Eu fazia comida pra você. Affff... Logo eu que detesto cuidar de coisas de casa. Pronto falei.

-Estou ansioso, solte as orações da mente nessa semente de afetos.

-É que a gente se sentava numa mesa e depois do nada pulou pra um banho, mas só eu tomava. Você... Não sei.

Pâmela dando gargalhadas ao meu lado. Eu disse:

-Um sonho é bom demais e faz fronteiras sem limite entre as almas num sabor entre anjos e querubins

-Sonho é mesmo engraçado. Acontece que depois eu saia do banho e te beijava e só lembro que estávamos na cama e mais eu não lembro. Muito bobo esse sonho e que se tornou realidade com você aqui pertinho de mim. É uma realização incalculável, meu amor. Nunca pensei que hoje eu iria fazer um almoço pra nós dois como havia sonhado. Nossa...

-Realmente, os sonhos é tê-los na imaginação o rosto da felicidade que irradia a alma nestas locuções formidáveis. É uma brisa vestida em ornamental azul dourados. Assim é o nosso amor dentro desta imensidão perdida no universo, onde olho e vejo somente você nas minhas instâncias. Desejo-te todos os dias da minha vida e a vida é a marca que leva os emblemas do meu coração plantado dentro de ti. E são os seus olhos que florescem dentro de mim nas criações que o seu amor derramam no meu coração.

Abraçando-me junto à mesa, ela me disse:

-Nossa... Amei isso. Já escreveu isso né... Ou algo bem parecido.

-Não. Possivelmente colocarei entre os meus pensamentos que é você e a sua alma. Pois, quando te beijo amor por demasia faz um caminho por teu corpo como o teu sangue que mora contigo e me incendeia. Assim sou eu dentro de ti.

-Riqueza é você!

-Sim. São os seus olhos que florescem dentro de mim nas criações que o seu amor derramam dentro de mim.

E naquele dia, o amor se completou nas ordens do tempo em cada minuto apreciável do casal em Manhattan. E, após semanas juntos, Pâmela permanece tristonha com a viagem do seu afeto para o Brasil. E articulou com um olhar atravessado no travesseiro ao meu lado:

-Amor. Eu não sei o que será de mim quando você partir. Já chorei bastante no banheiro e tudo me entristece quando olho a sua passagem na escrivaninha. Me dá um nó na garganta e tudo me dói por dentro. Não faz isso comigo não, por favor!

Sem nada falar, a melancolia já havia comprado um terço das minhas emoções, e as suas palavras inundavam dentro de mim como uma chuva fina. E os meus olhos caíam nesta travessia dos últimos momentos. E só me restava lhe dizer uma frase terminativa

-Se esse sentimento embebido de felicidade torna-se o néctar desta amizade em carne e alma para todos os confins das eras, é o meu amor que flui na sua essência. E seremos o tempo dos amores para a paz que se alimenta com o meu e o teu olhar. Aliviando as tensões que somente eu posso te dar e receber de ti essa face de sorrisos. Não chore. Não. Eu farei a maior ponte suspensa do mundo dentro do teu coração, maior que a Ponte do Brooklyn. Tão extensa que não poderemos medir esse sentimento.

Percebendo aquela melancolia cair nos meus ombros, eu disse:

-Por favor, não derrame estas lágrimas preciosas do meu jardim. Assim, eu não saberei olhar as verduras dos teus olhos intensamente. Se queres o meu desejo na jornada dessa articulação. Venha comigo, arrume suas coisas ou deixe tudo por um amor e se envolva nos meus braços e abraços. E vamos pro Aeroporto John F. Kennedy. Saiba que o meu amor remove qualquer tempestade e aprisiona qualquer tempo ruim que possa trazer desaventuras. Então, sejamos fortes como as ondas do mar que não possuem braços e como o vento que não tem pernas.

Não demorou muito, decolamos rumo ao Brasil, trazendo a mulher dos meus e ela dos meus. Ela sorrir e me diz baixinho de sua poltrona:

-Você é demais, me deixa sem ver as cores do mundo:

Respondendo, disse num riso:

-Se você tem um jardim onde cultivas as ornamentações desses momentos, será eu todas as cores do teu universo em demasia porque eu te amo nesta altura de um voo cruzeiro. E serei sempre assim como uma Montanha do Aconcágua que tu beijas que nem as nuvens com amor e carinho.

Fim


ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 08/07/2012
Reeditado em 25/11/2012
Código do texto: T3767512
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