Matiquene
Quando deu por si, a adolescência ja estava ao rubro acompanhada das habituais traquinices e jogos que caracterizam e divertem os jovens da zona onde nasceu lá para o povoado de Matiquene. Situado entre as montanhas, onde o sol chega tarde e se esconde cedo. Ao alto pode se vislumbrar um verde de planicie que se perde à vista, deliciando os olhos com uma paisagem arquitetónica e artisticamente bela por natureza que caracteriza Matiquene tropical.
Maluzane nasceu e cresceu nesta terra, domina os contornos e labirintos de todo o povoado, os hábitos e habilidades necessárias para poder viver e fixar-se onde nasceu. Pelo crescer, as necessidades de procurar realizações em terras longíncuas. Como todos os jovens nunca esteve fora dos planos aventura por outros ares rumo ao futuros .
As habituais festas, realizadas em anos de abundância e boas colheitas proporcionavam campeonatos e festas de danças entre comunidades circonvizinhas, eram tambores que ecoavam, corros entoados e corpos hábeis e acrobáticos de dança dos seus executantes. Dançarinos curvelineavam seus corpos ao ritmo e rufar dos tambores noites longas a adentro.
Os mais velhos bebiam, batiam palmas e comiam a farta, concentrados e embriegados pelo ritmo e balanço da festa, deixando os jovens mais livres. Nesse gozar da livre liberdade dos sentimentos, ancorou a paixão de Maluzane ao vislumbrar a beleza dos contornos da donzela Khedasse que dançava lindamente ao ritmo da batucada que identificava os ritmos da sua rival comonidade .
Vivendo lá para a outra margem do rio Mety, Maluzane tinha constantemente que se deslocar aos seus encontros com a Khedasse. O amor nasceu, cresceu e fluiu como o verde lindo de Matiquene e a fluidez de Mbety, esse rio que transportava consigo não só a água, a beleza e a frescura, também a força do amor que Maluzane tinha por Khedasse.
Esse amor não precisou de Patre nem de altar, não precisou de registo nem de padrinhos. Esse amor não esperou o lobolo, cerimónia que uniria os noivos e suas famílias numa grande festa, como os noivados da cidade, feitos de joias, vêu e lua de mel .
A adolescência inpunha um esperar ainda mais longo. O percurso do namoro inpunha-se longo e a distância proporcionou um encontro casual com Bedazane, moça linda e esbelta, de rosto sempre soridente e extrovertida num toque encantou Maluzane.
As deslocações de Maluzane passaram a ter dois destinos. O rio Mbety dos seus sentimentos passou a ter dois afluentes, tanto desaguava no coração de Khedasse como de Bedazane.
Os planos para a deslocação para a cidade grande atráz dos sonhos, ganharam outros horizontes à medida que a sua paixão se avulumava no peito e se dividia a dois.
O sentimento dividido resistiu até que o comboio apitou na estação de Matiquene, onde ele se despedia levantanto a mão, ora acenando para Khedasse, ora acenando para Bedazane.
Picareta e martelo, suor e cacrifício desenharam a cerimónia de noivado, anos passados e destino incerto do coração, a volta estava anunciada a festa também, o altar foi construido as noivas se preparando faltando definir qual vai ao altar e assumir a liderança do coração de Maluzane .