LOLITA
A pele de porcelana me assustou a primeira vista; Os frageis fios avermelhados caiam em uma desordem quase hipnotica pela pele esbranquiçada, formando pequenas labaredas de fogo que eram afagadas por uma respiração quente e superficial.
Lolita sorriu com seus lábios pequenos e carnudos quando notou meu olhar atrevido sobre sua feição delicada, o verelho carmesim que tingia sua pele doce espalhou-se, por instantes, parecendo quase um tom de rosa translucido., meus dedos coçaram para trilhar a curvatura de seu pescoço, afagar seu maxilar pequeno e empinadinho e por fim, quando não mais resistisse a tentação avassaladora de seus olhos que queimavam como gelo seco, seus lábios em forma de coração.
- Tio... – Sua voz soou perigosamente baixa e aspera, tecendo um fio magnetico que prendeu quase instantaneamente a minha intenção, meus olhos ziguezaguearem pela área curvinilha abaixo de seu pescoço alvo, viajaram pelo vale de seus seios fartos parcialmente expostos pela fina regata branca cuja alça escorregava por seu ombro. Minha voz não saiu. – Estou com sono... - Ela disse com um inclinar de sua cabeça que fez com que suas pernas torneadas caissem do sofá, tocando o chão com a delicadeza de uma pluma, a meia rendada estava meia torta, caindo com uma graciosidade infantil por seu tornozelo. – Nos vemos depois...
O beijo mandado no ar pela mãozinha de unhas curtas e devoradas pintadas de um azul turquesa vibrante mexeu com o ar a minha volta deixando-me perturbado, tanto quanto o balançar de suas ancas encobertas por um tecido azul com floreios borrões perturbaram os batimentos de meu coração.