NO PORTÃO AZUL
Nos tempos da segunda guerra, quem passava na Rua Direita, avistava no portão de madeira pintado de azul, a figura magra daquela mulher, olhando insistentemente para o fim da rua.
Todos os dias, a mesma cena, com poucos intervalos nas horas.
O olhar insistia, mesmo com a chuva, ou o frio.
Havia naquele silencio, uma história de adeus e desde então, ela vivia a esperança de ver surgir na curva, a figura de alguém que um dia foi.
E confiante nesta volta, viveu esta história...
Até um dia que não apareceu no portão azul.
Procurada, foi encontrada sem vida abraçada a uma fotografia daquele que esperou.