MORTINHA COMO SE FOSSE SÁBADO ...

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Visto-me como se fosse sábado.

Tenho pensamentos discretos e olhar de purpurina.

Parto o espelho e triplico o efeito.

Reservo para mim o que não é de mim

e continuo a sorrir reluzente.

Saio para a rua, como se fosse horizonte.

As conversas são destiladas

como gritos que querem ser pardos.

mas ainda é dia!

A paisagem humana continua deprimente...

como se fosse ontem.

O céu jaz sem pano de fundo,

como se fosse nunca.

Continuo deambulante como se fosse sombra

e a chuva acontece como se fosse nada

e o vento que quer ser tornado

zune desnorteado,como se não houvesse amanhã.

Não acontece nada!

Não se passa nada!

Como se fosse já ali a felicidade perfeita,

feita de pequenos nadas...

que não cessam de morrer.

É ai que retrocedo e me substituo por um ponto final.

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Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 07/05/2012
Código do texto: T3655195