Quem é x?
3 garotos, 3 poderes...
Livro 2
continuação do cap 2
Com a maior frieza do mundo Georgina se recompôs com agilidade e se trancou no escritório.
- Vamos, entre sem fazer cerimônia! Afinal a casa não é minha, mas é como se fosse não é mesmo! – disse James abrindo a porta para seu amigo.
- Você não muda não é mesmo? – brincou John adentrando pela mansão.
- Você veio mais rápido do que eu pensei! Também está se preocupando com os garotos? – perguntou o mordomo indicando o lugar adequado para o convidado se assentar.
- Sim! Claro! Não há um só dia que eu não pense na loucura que nós compactuamos com Georgina! Fomos loucos... – reclamou o pai de Chuck.
- Fomos e estamos loucos... – disse James pensativo.
- Como assim? Não estou entendendo aonde você quer chegar com esse assunto?
- Simples. Nós nem sequer sabemos o motivo de tamanho apego de Georgina por nossos filhos, quer dizer seu filho e o meu Fred... – corrigiu James tamborilando os dedos sobre a mesa. – Qual o ganho dela com isso? O que ela quer de nós? E por que ela mente para os pais de Fred e para a avó de Matt? – completou o motorista.
- Por causa dos poderes elementares. Quanto menos pessoas souberem disso, melhor é para os meninos. – respondeu John pacientemente.
- Eu sei meu bom amigo. Mas se fosse só por isso, qual o motivo de tantas mentiras? Por que está tudo tão nebuloso? Por que eles não acordam? E aquele garoto, o Matt, já faz um ano e meio que ele acordou e que eu saiba não deu satisfações para ninguém. É como se ele não quisesse fazer mais nada além das coisas que Georgina pede...
- Estou começando a te entender. Continue...
- Outro dia assistir uma reportagem sobre coma induzido. Uns cientistas no Japão que criaram um meio... Ou uma fórmula... Que eu não consegui entender direito... Só sei que ajudava na recuperação desses pacientes com este tipo de problema... Os caras eram verdadeiros gênios da tecnologia, da medicina, nanotecnologia e outras baboseiras... Eu só sei de uma coisa... Isso tem cura!
- E o que você sugere que façamos?
- Ainda não sei, mas que vou procurar Georgina vou! Ela querendo ou não vai ter que me escutar!
- É assim que se fala. James!
- Obrigado. Agora, essa desconfiança não surgiu do nada, teve outro fator...
- O quê? Conte-me? – suplicou John preocupado.
- Recebi este bilhete hoje pela manhã. Veja! – disse James entregando o pequeno papel preto para que seu amigo pudesse lê-lo.
Tenha cuidado com Fred.
Ele pode estar correndo perigo de vida.
Ela quer todos para ela.
Fria e controladora.
Não sobrará ninguém.
Salve-o antes que seja tarde.
Quem avisa quer o bem!
Desconfie.
Ass.: X
Capítulo 3: Congelado!!!
Gertrudes estava deitada em seu novo sofá quando a campainha tocou.
- Oi vovó! – saudou Matt assim que entrou.
- Oi querido... – disse Gertrudes surpresa ao ver seu neto depois de tanto tempo.
- Posso entrar?
- Mas é claro, não seja tolo! Entre! – disse a senhora idosa apontando o sofá para que Matt se sentisse mais confortável.
- É novo? – perguntou o jovem guardião analisando o sofá.
- Sim... Sim... – disse Gertrudes querendo iniciar logo um novo assunto.
Afinal, Gertrudes prometeu a Georgina que não contaria que havia entregado seu neto facilmente para ela. Estava precisando de dinheiro, sua aposentaria não lhe valia de nada. Resolveu então passar a guardar para a poderosa doutora em arqueologia. Pelo menos seu neto teria um futuro promissor.
A velha não se importava muito com isso, mas para que seu subconsciente ficasse em paz, contava essa mentira para ela mesma diversas vezes ao dia. Era uma forma de manter a consciência limpa.
Matt estava achando a visita para lá de estranha, não se recordava da maioria dos móveis e de suas posições na antiga casa. O que será que aconteceu, questionava-se ele.
De uma coisa o jovem garoto tinha certeza, sua mente já era mais como antigamente. Às vezes tinha lapsos de memória, ficava agressivo, não prestava a devida atenção em determinados fatos, se esquecia de tudo...
Algo de muito errado tinha acontecido com ele desde a saída do tudo de ensaio em que uma realidade alternativa se projetava em sua mente.
- Será que isso irá acontecer com Fred e com Chuck também? – disse Matt sem perceber que Gertrudes estava sentada em seu lado.
- Como disse querido?
- Nada não, estava apenas pensando alto...
- Ah...
- Vejo que muita coisa mudou por aqui, não?
- Ah, sabia que você notaria! Recebi um dinheiro que há muito tempo estava esperando na justiça! Uma indenização de trabalho, muita antiga por sinal, nem me lembrava mais dela!
- Fantástico!
- Sim... Foi por isso que renovei algumas coisas nessa casinha... Você gostou?
- Claro...
- E os estudos? Como estão?
- Estudos? – indagou Matt avoado.
- Sim! Medicina! Não era esse o seu sonho, meu filho?
- Ah... Sim... Me...dicina... Claro... Era sim... – disse o guardião tendo um rompante na memória.
Depois de servido o lanche que sua avó havia lhe preparado, Matt foi pensativo para casa.
- Medicina... – disse ele ao vento. – Por que eu não consigo me lembrar que gostava disso! – ele completou categórico.