AUSÊNCIA

Leila passou a mão na parede fria que as separava há um ano. Sentiu a dor da ferida que chamamos ausência. Em silencio fugiu dos pensamentos,só se permitiu nas lembranças daquele rosto moreno, dos braços fortes e sorriso largo: "Dona Mina... Que saudade".

Saudades da infância; saudades dos Natais; passagens de ano; das febres noturnas; das brincadeiras diurnas;das muitas conversas fiadas; dos dias de crises; dos "nãos" e dos "sins".

Um sorriso tímido acompanhado de uma lágrima teimosa, marcou seu rosto, enquanto sentia o frio da gaveta mortuária.

"Ah, se pudesse voltar no tempo"....

Mas, não podia.