Interseções sob a aurora
Jorge Luiz da Silva Alves



(foto de R. Mathias, Porto Seguro/BA)



     Num instante, fixo os olhos e venço a treva ciméria do firmamento sem lua, tímidas estrelas que coruscavam na pura teimosia, após a chuva benfazeja da madrugada abafada; da colina, assisti a tomada de assalto da aurora, avançando lentamente sobre a hévea que cercava o casario, oceano vegetal que cercava ilhas humanas em busca da interseção com a natureza.


    Opalescentes, mar e terra também se interseccionam no verdor, ainda diáfanos naquela hora da manhã, mas vigorosos em sua exuberância; o privilégio que possuo ao presenciar tal milagre, é o mesmo que ocorreu quando, da sacada do nosso prédio, observando a interseção da civilização e natureza, abracei-a por trás bem forte e sussurrei ao teu ouvido o quanto te amo, o quanto sempre te amarei, mesmo tão distante fisicamente mas tão próximo emocionalmente... ainda mais ao som de “I Never Cry”, do Cooper malditamente saudoso...


   ...e tenho certeza, que tuas verdejantes órbitas faiscaram na saudade, meu amor – tanto quanto o verde deste sul baiano...

http://www.jorgeluiz.prosaeverso.net
   

Jorge Luiz da Silva Alves
Enviado por Jorge Luiz da Silva Alves em 24/04/2012
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