Imagem: Cachoeira Véu da Noiva (Chapada dos Guimarães - MT)
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TRECHO DO MEU LIVRO- 10
– Pare aqui, Betina. Fim de linha. Agora é marchar.
Ela olhou em volta: havia uma abundante mata repleta de cavernas e grotas, onde nasciam as águas que despencavam das cachoeiras – conforme explicava Raul. Riozinhos corriam aqui e ali. Havia também árvores enormes: jatobás, sucupiras, aroeiras. E árvores de frutas típicas da região, como e mangaba e o pequi, entre tantas outras.
– Há muitos bichos nessa mata? – perguntou.
– Muitos – afirmou Raul. – Há lobos, pacas, capivaras, tatus, onças, veados-campeiros, preguiças e também milhares de araras vermelhas – que aliás você já viu, não é?
Andaram mais um pouco e de repente estavam diante de uma esplêndida cachoeira de quase cem metros de altura.
Raul disse, aos gritos:
– Ela se chama Véu da Noiva!
Betina estava maravilhada.
– Essa queda d’água virou um verdadeiro cartão postal desse lugar! Antigamente ela era conhecida como Bocaina do Inferno! Depois alguns grupos religiosos locais deram-lhe o nome de Véu da Noiva – o mesmo acontecendo com outros lugares daqui que tinham nomes... vamos dizer assim... demoníacos!
Enquanto falava o mestre olhava para ela, que nada dizia: apenas apreciava aquela maravilha.
Logo adiante se depararam com um exuberante cânion verdejante – outra visão encantadora.
Continuaram subindo pela estreita trilha e chegaram, enfim, onde Raul queria – ambos ofegantes devido à difícil escalada.
– Sinta! – ele disse. – É uma atmosfera repleta de mistério! Por isso tantos turistas esotéricos procuram esse lugar!
– Fale mais! – pediu Betina, sentada no chão, constatando que realmente a energia que transbordava ali era incrível.
– Bem, pelo que sei há uma tese mística: a Chapada estaria situada pertinho do chamado centro geodésico da América do Sul – exatamente num ponto eqüidistante entre os oceanos Atlântico e Pacífico...
– Geodésico? O que é isso?
– É uma palavra relativa à ciência que trata das formas e dimensões da Terra ou de pontos determinados de sua superfície. Mas, o fato é que durante muito tempo acreditou-se ser aqui o verdadeiro centro geodésico da América do Sul. Hoje sabe-se com certeza que esse centro é Cuiabá.
Aqui em cima, onde estamos e podemos admirar essa vista encantadora chama-se exatamente Mirante. As pessoas continuam acreditando que existe aqui um certo “corredor eletromagnético”. Isso permitiria aos “iniciados” manter contato com seres de outras dimensões ou de outros planetas.
– Olhando para tudo isso eu me sinto tão... pequena! – disse Betina, quase sem pensar.
– Não, não deve se sentir assim! Aliás, é bastante comum nos sentirmos assim diante da grandiosidade da natureza, diante de uma imensidão de beleza como essa. Mas nós – eu, você e todas as outras pessoas – somos uma pequena parte de tudo isso. O mesmo Deus que nos criou também criou essa natureza que você agora admira. Assim como criou sua alma gêmea, que você tanto procura e que vive em algum lugar desse planeta. Tudo é... um grande elo, uma coisa única. Consegue entender, Betina?
Ela se limitou a balançar a cabeça, os olhos fixos nos dele. Parecia hipnotizada. Realmente aquele lugar estava mexendo demais com ela!
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TRECHO DO MEU LIVRO- 10
– Pare aqui, Betina. Fim de linha. Agora é marchar.
Ela olhou em volta: havia uma abundante mata repleta de cavernas e grotas, onde nasciam as águas que despencavam das cachoeiras – conforme explicava Raul. Riozinhos corriam aqui e ali. Havia também árvores enormes: jatobás, sucupiras, aroeiras. E árvores de frutas típicas da região, como e mangaba e o pequi, entre tantas outras.
– Há muitos bichos nessa mata? – perguntou.
– Muitos – afirmou Raul. – Há lobos, pacas, capivaras, tatus, onças, veados-campeiros, preguiças e também milhares de araras vermelhas – que aliás você já viu, não é?
Andaram mais um pouco e de repente estavam diante de uma esplêndida cachoeira de quase cem metros de altura.
Raul disse, aos gritos:
– Ela se chama Véu da Noiva!
Betina estava maravilhada.
– Essa queda d’água virou um verdadeiro cartão postal desse lugar! Antigamente ela era conhecida como Bocaina do Inferno! Depois alguns grupos religiosos locais deram-lhe o nome de Véu da Noiva – o mesmo acontecendo com outros lugares daqui que tinham nomes... vamos dizer assim... demoníacos!
Enquanto falava o mestre olhava para ela, que nada dizia: apenas apreciava aquela maravilha.
Logo adiante se depararam com um exuberante cânion verdejante – outra visão encantadora.
Continuaram subindo pela estreita trilha e chegaram, enfim, onde Raul queria – ambos ofegantes devido à difícil escalada.
– Sinta! – ele disse. – É uma atmosfera repleta de mistério! Por isso tantos turistas esotéricos procuram esse lugar!
– Fale mais! – pediu Betina, sentada no chão, constatando que realmente a energia que transbordava ali era incrível.
– Bem, pelo que sei há uma tese mística: a Chapada estaria situada pertinho do chamado centro geodésico da América do Sul – exatamente num ponto eqüidistante entre os oceanos Atlântico e Pacífico...
– Geodésico? O que é isso?
– É uma palavra relativa à ciência que trata das formas e dimensões da Terra ou de pontos determinados de sua superfície. Mas, o fato é que durante muito tempo acreditou-se ser aqui o verdadeiro centro geodésico da América do Sul. Hoje sabe-se com certeza que esse centro é Cuiabá.
Aqui em cima, onde estamos e podemos admirar essa vista encantadora chama-se exatamente Mirante. As pessoas continuam acreditando que existe aqui um certo “corredor eletromagnético”. Isso permitiria aos “iniciados” manter contato com seres de outras dimensões ou de outros planetas.
– Olhando para tudo isso eu me sinto tão... pequena! – disse Betina, quase sem pensar.
– Não, não deve se sentir assim! Aliás, é bastante comum nos sentirmos assim diante da grandiosidade da natureza, diante de uma imensidão de beleza como essa. Mas nós – eu, você e todas as outras pessoas – somos uma pequena parte de tudo isso. O mesmo Deus que nos criou também criou essa natureza que você agora admira. Assim como criou sua alma gêmea, que você tanto procura e que vive em algum lugar desse planeta. Tudo é... um grande elo, uma coisa única. Consegue entender, Betina?
Ela se limitou a balançar a cabeça, os olhos fixos nos dele. Parecia hipnotizada. Realmente aquele lugar estava mexendo demais com ela!