TRECHO DO MEU LIVRO - 6
Agora procure relaxar. Respire fundo, lentamente. Solte o ar – sua voz era um sussurro, mas já tinha recuperado o controle. Era de novo um mestre iniciando sua discípula nos misteriosos caminhos do inconsciente e da magia. Suas mãos não tremiam mais. Sua voz, apesar de suave, era firme.
Pronunciou outras palavras que ela também não entendeu. Betina teve a impressão de que, aos poucos, a mata havia se transformado num lugar sagrado – pelo qual seu mestre tinha um profundo respeito.
Yan esperou alguns minutos. Betina parecia dormir. Abaixou-se sobre ela e sentiu sua respiração.
Os pássaros noturnos já se preparavam para iniciar seu passeio pelas trevas. Uma coruja piava, não muito longe dali. Mas Betina não ouvia. Ao seu inconsciente chegava apenas a voz doce e sussurrada de Yan, falando muito devagar:
– Mergulhe Betina, vá mergulhando cada vez mais fundo dentro de si mesma... isso... veja onde consegue chegar. Tente alcançar o lugar mais profundo, o verdadeiro centro do seu ser. Você consegue, vá... isso! Sabe que lugar é esse, não sabe? Sim, é você mesma! É o seu interior, visto de uma forma nunca antes explorada...! Sinta, sinta a vida em toda a sua plenitude! Está vendo que lugar lindo? Sente quanta paz? Esse lugar é dentro de você, Betina, e é só seu! Vê como é bonito? Mergulhe, mergulhe sem medo! Esqueça as preocupações agora... todas elas... vá... vá mais fundo... vá ao lugar onde guarda sua história, seus sonhos, seus mais secretos anseios, sua intimidade... seus problemas mais profundos, os medos mais absurdos, os receios jamais revelados... aquilo que tem medo de confessar até para si mesma. Assim... vá mergulhando...
Ficou em silêncio por alguns minutos. Depois prosseguiu:
– Sente a diferença? Olhe em volta agora: você chegou, afinal, ao lugar onde não há mais nada, a não ser a vida! A sua vida! Sinta-a... é aí que ela brota, que ela nasce! Procure senti-la intensamente. Ela nasce assim, como uma pequena semente, mas muito forte! O entusiasmo explode, a vontade também nasce e cresce, rápida. Aí não há nada, a não ser ela que pulsa, vibrante! Tudo é novo, nítido, claro... como a nascente de um rio, que começa pequenina e aos poucos vai tomando proporções gigantescas! A água simboliza a vida... água clara – espelho que reflete sua imagem... isso... sinta o nascer e o crescer de sua vontade, como acontece com uma semente jogada na terra... brotando... superando obstáculos, rasgando vigorosamente a terra para chegar lá em cima... para receber a claridade do céu, o calor do sol... para viver!
Olhe em torno de você. Sozinha. Sozinha com você mesma contemplando essa maravilha. Não há ninguém. Apenas você. E sabe por quê? Por que esse lugar maravilhoso é só seu! Por isso viva intensamente essa abençoada solidão, Betina! Devagar, sem pressa... você possui um mundo, um universo cheio de vida, só seu! Saiba que esse momento que está vivendo agora é, sem dúvida, o maior confronto que você já teve com você mesma! Solene momento de você nua, solitária, limpa, despida de qualquer preocupação, pudor, medo, angústia ou dúvida! É como se... se estivesse nascendo de novo. Talvez nunca tenha estado tão solitária como agora, mas... desejando, mais que nunca, viver!
O mestre parou de falar novamente – uma estratégia para que o inconsciente dela tivesse tempo de absorver tudo aquilo e guardar na memória cada sensação, cada imagem e cada palavra.
Observou seu rosto: um sorriso quase imperceptível pairava em seus lábios. Sua fisionomia era absolutamente tranqüila. Seus cabelos dourados banhados pela luz da lua adquiriam uma linda tonalidade prateada.
Era hora de chamá-la de volta:
– Betina... pode me ouvir?
Ela podia ouvi-lo mas não sabia, a princípio, de onde vinha aquela voz.
Yan não tinha pressa. Esperou.
Minutos depois, quando a sentiu mais próxima, viu-a mexer a mão direita. Então continuou:
– Parabéns, Betina! Você pôde sentir a vida no pleno sentido da palavra, onde tudo tem início. O começo, onde o poder Divino pode ser sentido em toda a sua intensidade! Não é qualquer um que tem esse privilégio. Seu espírito está exultante, está realizado. Tenho absoluta certeza de que suas dúvidas foram todas esclarecidas após essa “viagem”. Sei que ter vivido essa experiência foi algo tão fascinante que jamais será esquecido por você! Agora saberá que não deseja apenas viver para alcançar seus objetivos pessoais. Terá a certeza de que seu destino é viver por que Deus quer alguma coisa a mais de você! Sim, seu destino é viver, ser feliz e fazer as pessoas felizes! Por que você está destinada a uma existência vitoriosa. Acreditará a cada dia mais nisso!
Agora procure relaxar. Respire fundo, lentamente. Solte o ar – sua voz era um sussurro, mas já tinha recuperado o controle. Era de novo um mestre iniciando sua discípula nos misteriosos caminhos do inconsciente e da magia. Suas mãos não tremiam mais. Sua voz, apesar de suave, era firme.
Pronunciou outras palavras que ela também não entendeu. Betina teve a impressão de que, aos poucos, a mata havia se transformado num lugar sagrado – pelo qual seu mestre tinha um profundo respeito.
Yan esperou alguns minutos. Betina parecia dormir. Abaixou-se sobre ela e sentiu sua respiração.
Os pássaros noturnos já se preparavam para iniciar seu passeio pelas trevas. Uma coruja piava, não muito longe dali. Mas Betina não ouvia. Ao seu inconsciente chegava apenas a voz doce e sussurrada de Yan, falando muito devagar:
– Mergulhe Betina, vá mergulhando cada vez mais fundo dentro de si mesma... isso... veja onde consegue chegar. Tente alcançar o lugar mais profundo, o verdadeiro centro do seu ser. Você consegue, vá... isso! Sabe que lugar é esse, não sabe? Sim, é você mesma! É o seu interior, visto de uma forma nunca antes explorada...! Sinta, sinta a vida em toda a sua plenitude! Está vendo que lugar lindo? Sente quanta paz? Esse lugar é dentro de você, Betina, e é só seu! Vê como é bonito? Mergulhe, mergulhe sem medo! Esqueça as preocupações agora... todas elas... vá... vá mais fundo... vá ao lugar onde guarda sua história, seus sonhos, seus mais secretos anseios, sua intimidade... seus problemas mais profundos, os medos mais absurdos, os receios jamais revelados... aquilo que tem medo de confessar até para si mesma. Assim... vá mergulhando...
Ficou em silêncio por alguns minutos. Depois prosseguiu:
– Sente a diferença? Olhe em volta agora: você chegou, afinal, ao lugar onde não há mais nada, a não ser a vida! A sua vida! Sinta-a... é aí que ela brota, que ela nasce! Procure senti-la intensamente. Ela nasce assim, como uma pequena semente, mas muito forte! O entusiasmo explode, a vontade também nasce e cresce, rápida. Aí não há nada, a não ser ela que pulsa, vibrante! Tudo é novo, nítido, claro... como a nascente de um rio, que começa pequenina e aos poucos vai tomando proporções gigantescas! A água simboliza a vida... água clara – espelho que reflete sua imagem... isso... sinta o nascer e o crescer de sua vontade, como acontece com uma semente jogada na terra... brotando... superando obstáculos, rasgando vigorosamente a terra para chegar lá em cima... para receber a claridade do céu, o calor do sol... para viver!
Olhe em torno de você. Sozinha. Sozinha com você mesma contemplando essa maravilha. Não há ninguém. Apenas você. E sabe por quê? Por que esse lugar maravilhoso é só seu! Por isso viva intensamente essa abençoada solidão, Betina! Devagar, sem pressa... você possui um mundo, um universo cheio de vida, só seu! Saiba que esse momento que está vivendo agora é, sem dúvida, o maior confronto que você já teve com você mesma! Solene momento de você nua, solitária, limpa, despida de qualquer preocupação, pudor, medo, angústia ou dúvida! É como se... se estivesse nascendo de novo. Talvez nunca tenha estado tão solitária como agora, mas... desejando, mais que nunca, viver!
O mestre parou de falar novamente – uma estratégia para que o inconsciente dela tivesse tempo de absorver tudo aquilo e guardar na memória cada sensação, cada imagem e cada palavra.
Observou seu rosto: um sorriso quase imperceptível pairava em seus lábios. Sua fisionomia era absolutamente tranqüila. Seus cabelos dourados banhados pela luz da lua adquiriam uma linda tonalidade prateada.
Era hora de chamá-la de volta:
– Betina... pode me ouvir?
Ela podia ouvi-lo mas não sabia, a princípio, de onde vinha aquela voz.
Yan não tinha pressa. Esperou.
Minutos depois, quando a sentiu mais próxima, viu-a mexer a mão direita. Então continuou:
– Parabéns, Betina! Você pôde sentir a vida no pleno sentido da palavra, onde tudo tem início. O começo, onde o poder Divino pode ser sentido em toda a sua intensidade! Não é qualquer um que tem esse privilégio. Seu espírito está exultante, está realizado. Tenho absoluta certeza de que suas dúvidas foram todas esclarecidas após essa “viagem”. Sei que ter vivido essa experiência foi algo tão fascinante que jamais será esquecido por você! Agora saberá que não deseja apenas viver para alcançar seus objetivos pessoais. Terá a certeza de que seu destino é viver por que Deus quer alguma coisa a mais de você! Sim, seu destino é viver, ser feliz e fazer as pessoas felizes! Por que você está destinada a uma existência vitoriosa. Acreditará a cada dia mais nisso!