Azaléia vermelha, em vaso, no meu jardim.
O pássaro e a flor, a flor e o pássaro...
Era uma flor vermelha, de pétalas grandes, delicadamente perfumadas. Parecia querer saltar do vaso que a aprisionava e sair pelo portão de madeira do jardim. Observei que, pouco a pouco, começou a sorrir para o pássaro que chegou, não sei bem de onde, e junto dela pousou.
Era um pássaro pequenino, negro e, assim à primeira vista, quase sem graça. Parecia deslumbrado com aquela intensa cor vermelha. Pássaros também sentem, talvez tenham alma... Alimentam-se, procriam, e voam para onde se sentem bem.
Pareciam namorar, pássaro e flor, flor e pássaro. Ele sussurrava, baixinho, uma encantadora melodia, enquando a beijava, terna e demoradamente, em carinhosas bicadinhas.
A flor tinha as pétalas recortadas, cada margem picotada parecia que tinha sido bordada por exímia artesã. Cada galhinho era um recatado recanto, espaço de sentimentos por onde o pássaro podia entrar, e encontrar um refúgio, quiçá um sonho que o fizesse demorar... E quem sabe ficar...
Era uma bela flor. De um vermelho intenso, a cor do amor apaixonado.
Era uma linda manhã, daquelas em que o sol parece querer entrar dentro dos olhos e da alma.
Era uma linda história de amor, que não podia ser escrita no recorte das pétalas da flor, mas no vermelho da própria flor...
Ana Flor do Lácio
A flor tinha as pétalas recortadas, cada margem picotada parecia que tinha sido bordada por exímia artesã. Cada galhinho era um recatado recanto, espaço de sentimentos por onde o pássaro podia entrar, e encontrar um refúgio, quiçá um sonho que o fizesse demorar... E quem sabe ficar...
Era uma bela flor. De um vermelho intenso, a cor do amor apaixonado.
Era uma linda manhã, daquelas em que o sol parece querer entrar dentro dos olhos e da alma.
Era uma linda história de amor, que não podia ser escrita no recorte das pétalas da flor, mas no vermelho da própria flor...
Ana Flor do Lácio