MORTINHA POR ME DESPIR ...

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Vou em viagens de sono,

embrulhada em papel vintage

e num gesto de quem respira o mesmo ar

falo-lhe ao ouvido, em voz de cinema:

“O melhor de mim é a forma como gosto de ti.”

Tinha esquecido que qualquer gesto

está cheio de pequenos outros.

Não sei porquê, ma acho que cresci...

e dei o último suspiro por ele.

E saí para a rua, como se fosse a primeira vez

desde há muito tempo.

A fim de conseguir sobreviver

sou eu que me digo o que quero ouvir.

Não sei sonhar, nem amar, nem dizer palavras de amor,

mas fico linda quando sorrio.

Gosto de respostas que calem a pergunta

e de mim quando solto o cabelo.

Temo que o tempo me traga saudades mortas

a escorrerem por todos os lados

principalmente por mim.

Ter cuidado com as palavras não significa ficar calada.

Arrumo as palavras numa folha de papel branco

que fecho dentro da gaveta

e deito a chave fora.

Vou-me despindo de ti... até ficar nua!!!

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Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 03/04/2012
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