PEQUENAS ESTAÇÕES

A primavera entrou ainda em tempo hibernal por isso embora a estação não estivesse no tempo, se fazia tempo florescendo dentro dela.

Ficou radiante com a nova paisagem, quão açoitava eclipses e raios que vinham como fins dos confins .

Cruzavam ao seu redor detonando cores sossegadas, que a imergiam como a uma bambu,estacionado mais envergado pra acompanhar o ânimo do vento , sem lamento, obstinado a sua sina.

Por vezes seus olhos brilhavam, sustido por um brilho de dentro. Um brilho que lhe impusera labaredas do fogo , represadas no redondo contido da esfera ocular.

Com a mesma força estendia-lhe o peito, por feito, teve rompantes de bobo da corte, teve rompantes de narciso no espelho,também como ele se via, como pela primeira vez.

Sua face que outrora encontrava pálida , agora envelopada em cor, se confinava no aroma que não sabia d’onde vinha, achava que vinha dispensado da flor; ainda que olhasse ao redor e flor alguma ao alcance tinha.

Este momento esticado, arrombava como uma espada, que pensava não mais passaria. Estopou o espaço convergente, deu a entender que era o fim daquela estação e o outono rompendo fez se a desordem das estações.

Num clique entendeu, a condição de viver o momento, sinal que tudo tem seu lugar, dentro do seu enrustido tempo.