O medo de Bonnie Simon.

Cap 1 Sim, sei muito bem arriscar.

- Tayler!

O vento gelado vesgava o cabelo no meu rosto , investindo contra meu leve suéter. As minhas mãos estavam geladas, os lábios e bochechas completamente entorpecidos, mas continuei ali de pé, berrando, gritando ao vento.

- Tayler!

- Mas que droga, responda! - Gritei para os carvalhos que rodeavam o local, não sei nem do que posso chamar aquele lugar, mas era frio e obscuro, como os olhos do Tayler.

- Bonnie Simon, pode me dizer a nomeclatura dos elementos na lousa? Ou os sonhos estão lhe ensinando alguma outra coisa?

- No... Nomeclatura? Ah, não sei, professor.

O sinal entre as duas aulas toca , e os alunos esperam a segunda aula do dia, enquanto isso eu só o observei, parecia tão despreocupado sentando ali, como se tudo moldasse os pensamentos dele, mas sem preocupações. Eu só olhei, não estava nem aí se ele notasse. Sabe... Só precisava olhar. Fiz isso descaradamente sem pensar e depois mal consegui acreditar no que fiz. Ele estava a uma fileira de mim. Eu me manti firme, tentando acalmar a respiração, e o observei. E sempre quando olhava bem pra ele, o imaginava de preto, botas pretas e macias, jeans, suéter e jaqueta de couro, tudo preto. Ele era parecido com o Smith de alguma forma. Eu fiquei surpresa de não ter percebido isso antes. Tinha o mesmo olhar intenso, a mesma pele clara, a mesma beleza pertubadora, talvez até maior. Mas o cabelo do Tayler era liso, não ondulado, os olhos eram negros como a meia-noite e o sorriso era cruel. Ele virou a cabeça lentamente para me olhar, com aquele olhar malicioso e sensível ao mesmo tempo, ele olhava alguma coisa em mim, procurava algo ali, como se procurasse algo que fosse dele, só dele.

O celular tocou, aquele nome '' príncipe '' estampado na tela, que me deu um ódio de mim por continuar insistindo não no ''príncipe do reino amoroso e feliz'' mas no ''príncipe do reino sombrio e confuso'' , como se fosse o reino concorrente, mas o próprio não era um reino cheio de luzes e florido. Era um reino sem flores, que quase nunca esclareava o céu, e que talvez por isso me parecia ser um herdeiro mais cheio de segredos, e de maldades, isso me pareceu extremamente interessante. Preferi não atender, é eu sei, é errado.

- Então, vamos pra sauna da casa do teu namorado, o Smith, amanhã? Eu levo meu novo namorado! Hahaha - A Vickie como sempre cheia de rapazes, ela não é bonita, bonitinha, mas nunca fica sozinha, nunca mesmo. Ela me cutucou na cadeira ao lado, e não deu nem tempo de olhar os últimos olhares do Tayler Sanford. Quando olhei pela última vez, ele virou o rosto imediatamente.

Karla Simo
Enviado por Karla Simo em 25/03/2012
Reeditado em 25/03/2012
Código do texto: T3575368