A famosa PROSTITUTA. V Resposta a Garcez

O som de rodas sobre o cascalho da entrada agiu como um sinal, impelindo o mordomo através do hall de piso de mármore.

Ao abrir a pesada porta de madeira, ele se deparou com um homem alto de cabelos loiros cujos ombros permaneciam cobertos por um elegante manto.

-Boa tarde! Em que posso ajudá-lo?

-Pode anunciar o Sr. Lion, Garcez Lion sua patroa está a minha espera.

-Engana-se Sr. Lion, a Srta. Milla não se encontra.

-Como assim não se encontra?

-Saiu às compras senhor.

-Não tem importância, eu esperarei. Não vim de tão longe para dar viagem perdida.

Entregando o manto para o mordomo caminhou em direção a poltrona de couro que havia no ambiente.

Grande foi o desgosto de Milla, quando adentrando em sua propriedade deparou-se com uma carruagem com as inicias GL, imediatamente soube que Garcez Lion estava ali.

Por um curto espaço de tempo havia se esquecido de seu pesadelo real.

- Jemima, entrarei pela porta lateral, peça a esse senhor antipático que espere.

- Não prefere que eu o dispense Srta?

-Não Jemima, preciso resolver logo isso.

Milla tomou banho e se vestiu o mais depressa que pôde. Rolly e Rubem tinham levado baldes de água quente e enchido a banheira de cobre, atrás do biombo do quarto.

Em pouco mais de meia hora, havia terminado e olhava-se no espelho. Tinha escolhido um vestido de Georgette Lilás que ressaltava a tonalidade de seus cabelos e dava vida à

Pele alva. Só restavam os cabelos. A umidade do vapor da água ajudou-a a prender os caracóis com mais firmeza e depressa. Eles não se soltariam, esperava.

Adentrando como uma condessa ao grande hall Milla viu Garcez se levantar, mas não deu importância. Seguiu direto para a porta de madeira talhada, e ele a seguindo entrou quando ela acabara de sentar-se na escrivaninha.

- Você saiu às compras, porque não me falou?

-Por um acaso devo-lhe satisfações de minha vida Senhor?

Um risinho irônico foi à resposta dele.

-Vamos aos negócios, afinal foi para isso que vim.

-Tive muito tempo para pensar, senhor, e decidi que não posso concordar com sua proposta infame.

-O quê? – Garcez levantou-se de um salto.

-O que está dizendo? Havíamos acertado...

-Sua memória é falha, senhor. Eu disse que consideraria sua sugestão. Um homem de sua estampa pode ter dificuldades para compreender os conceitos por trás de meu raciocínio, mas não posso concordar com isso, é desonroso.

-Não me venha falar em honra, sua tola teimosa e estúpida!

-Insulte-me, se quiser, mas não me fará mudar de idéia.

-Oh, mas eu acho que posso convencê-la do contrário. Garcez sorria com crueldade e frieza – Pense, minha querida, em como você ficará quando eu falar a todos que você foi minha amante?

-Milla empalideceu.

- Conhecendo-o, senhor, não duvido de que seja capaz de vingar-se. No entanto, já pensou que não sairá ileso dessa situação.

-E daí? Estarei acabado se não puder obter o dinheiro de que preciso. Que importância tem o resto?

-Não pensa em sua mãe? Já considerou como ela será atingida pelo escândalo?

-Não desperdice sua piedade com minha mãe. Ela deve estar ocupada demais reclamando dos próprios problemas para perder tempo pensando em um de nós.

-Escute, sei que não nos entendemos muito bem – ele continuou com tom conciliador -, Mas o casamento comigo não seria um grande sacrifício, e outra vai desfrutar de todo o conforto e da posição que o dinheiro pode proporcionar.

- O dinheiro já é meu seu bastardo! E o preço é alto demais. Prefiro preservar meu auto-respeito.

-Ora, então a gatinha tem garras! Está esquecendo-se de um pequeno detalhe, minha querida. Talvez tenha que mudar de cidade, não é?

-É um risco que terei de correr.

-Você é uma tola!

-Melhor ser tola do que Louca!!!

-Vai se arrepender disso, mocinha. Marque minhas palavras.

-Talvez – Milla admitiu com honestidade.

Se não encontrasse um jeito de deter Garcez, poderia perder tudo: seu bom nome, o lar onde crescera, e toda esperança de mudar o conceito das pessoas, e mostrar que era uma moça respeitável.

-Quanta coragem! – Garcez aproximou-se da porta e parou com a mão na maçaneta. – Oh, sim a propósito... É uma pena que não queira minha proposta tenho certeza que não reagirá bem depois do que farei.

- Demônio! Não acredito no que diz! Está apenas tentando assustar-me!

- Estou? – ele riu. – pense nisso meu bem.

Seus princípios são tão importantes que prefere mudar de cidade a contrariá-los?

Rindo ele saiu.

* To Be Continued...*

Fairy of Dreams
Enviado por Fairy of Dreams em 03/03/2012
Reeditado em 04/03/2012
Código do texto: T3533533
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