A famosa PROSTITUTA.II Fantasmas do passado!

Jemima entra no quarto da patroa preocupada, desde que Milla chegou de viagem se encontra nostálgica.

-Desculpe-me o incomodo fala apressadamente... Trouxe-lhe seu chá de pêssego e seus biscoitinhos de nata.

Milla Turner ergueu os olhos do livro para responder à criada.

-Muito obrigado Jemima, pode deixá-los aí em cima.

A resposta serena provocou um sorriso satisfeito no rosto rechonchudo da Sra. Stone.

-Sabia que não ia resistir, mas sugiro que tome agora mesmo para que não se esfrie.

A Srta Milla assentiu, pegando a xícara aprecia o chá e diz:

-Está perfeito como sempre Jemima, alguma correspondência?

-Sim senhorita, alguns convites e também umas cartas.

-Tragá-las para mim.

-Antes de ir buscá-las gostaria de saber se a Srta gostaria que o jantar fosse servido no mesmo horário?

-Sim Jemima.

-Srta, desculpe-me à ousadia, mas desde que chegou de viagem não sai a lugar algum.

-Não me agradei dos convites recebidos Jemima, muita coisa mudou desde minha viagem a Europa.

Confesso a você que apesar das roupas elegantes e das maneiras refinadas, havia algo no tio Philips que não me agradava.

Jemima assentiu obediente, mas sua expressão permaneceu ansiosa quando ela se sentou diante do sofá estofado no qual sua senhora descansava.

-De fato, é hora de considerar sua própria posição.

A Sra. Stone prosseguiu com firmeza – Tenho minha adorável casa e muitos amigos na vizinhança, gente de cuja companhia posso desfrutar sempre que desejo. Enquanto isso, você vive como ma eremita.

-O que quer dizer?

-Nunca vai a festas, meu bem! Há semanas não sai de casa, a menos que conte suas cavalgadas pela propriedade. Sei que adora seus livros, mas não é saudável viver no isolamento.

-Milla abriu a boca para negar a acusação, mas desistiu ao deparar-se com o olhar penetrante da criada, que considerava como uma mãe.

-Compreendo seus motivos para evitar a sociedade - Havia compaixão na voz de lady Stone. – Foi um choque perder seu pai tão repentinamente, e cuidar de tudo que ele deixou não é fácil. Mas ainda é jovem querida, e uma garota da sua idade deve sair e divertir-se. Creio que está precisando mudar de ambiente.

Milla balançou a cabeça coberta por cabelos castanhos.

-Está enganada, minha querida. Pegando as mãos de lady Stone afirmou.

-Gosto de estar em sua companhia.

A senhora sabia que a afirmação era verdadeira, tinham mais me comum do que a singular coloração e a estatura acima da média, e a jovem possuía uma natureza amorosa e gentil, mas não era correto que ela sustentasse carga tão pesada.

-Sei que gosta de ficar aqui comigo, meu bem, mas está correndo o perigo de fazer do isolamento um hábito. Por que não tira férias? Passou todo o inverno na Europa poderia ir para sua casa de campo aproveitar o verão.

- Sentirei sua falta, é claro, mas seria absurdo permitir que noções errôneas ditassem seu modo de vida! Precisa pensar mais em si mesma!

Milla, anseio pelo dia em que um marido passe a ocupar todos os seus pensamentos.

- Não sonho com o casamento.

- Não acha que já é hora de parar de chorar por aquele jovem, meu bem? Afinal ele morreu há quatro anos!

O rosto de Milla tornou-se ainda mais pálido.

-Quatro anos o mês que vem, e desde que papai morreu pensam que sou uma prostituta!!

-Desculpe se desperto lembranças dolorosas, minha querida. Sei que amava o tenente Fenton, mas se pensar bem vai ver que ele foi o único rapaz que conheceu.

Reconheço que ele era muito atraente naquele uniforme, e não culpo você por ter se apaixonado, mas, se ele estivesse vivo, talvez houvesse descoberto que seus sentimentos não eram tão fortes quanto imaginava.

- Pelo contrário, meus afetos teriam criado raízes ainda mais profundas - Não se lembra? Pouco antes dele viajar, papai havia concordado em oficializar nosso noivado quando eu completasse dezessete anos.

-Muito bem, não direi mais nada sobre este assunto, porque não quero aborrecê-la, querida.

Lady Stone decidiu que era hora de aceitar uma retirada estratégica. Quando, com a graça de Deus, Milla conhecesse um homem de carne e osso a quem pudesse amar, então perceberia que era hora de abrir mão das lembranças. Ninguém podia viver amando um fantasma!

* To Be Continued...*

Fairy of Dreams
Enviado por Fairy of Dreams em 01/03/2012
Reeditado em 04/03/2012
Código do texto: T3529489
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