Uma história de amor...

Há um ano....

Ou melhor dizendo... Era uma vez...

Sim, pois toda história que se preza começa assim...

Era uma vez, uma cadelinha muito meiga, “filha” única que vivia feliz com seus “papais”.

Sempre carinhosa e brincalhona, Pituka reinava naquele lar como uma charmosa princesinha!

Um belo dia, manhã ensolarada, aparece em frente nossa casa, do outro lado da rua, três pequenos gatinhos irmãos abandonados...

Um amarelinho com branco, outro cinza com preto e outro todo pretinho.

O amarelinho, mais decidido, resolveu lutar por sua própria sorte e atravessou a rua, vindo rapidamente em direção ao portão de nossa casa.

Eu que olhava aquela atitude dele, pensei: ” Não podemos abandoná-lo. Ele nos escolheu. Que assim seja!”

Ao mesmo tempo que abri a casa para o gatinho amarelo e branco, peguei os irmãozinhos e tentei encaminhá-los pela vizinhança.

Isso feito, era o momento de acolher e acalmar aquele assustado gatinho, que, coitadinho, de tão fraquinho que estava nem tinha forças para miar... Miava sem som. Nunca tinha visto isso....

Dar-lhe alimento, carinho, um nome - mas seria ele menino ou menina? Eu não sabia! - e fazer a socialização com nossa Pitukinha, que já era uma cadelinha adulta apesar de ainda ser muito jovem.

Ele ainda não sabia comer sozinho.

Nem tomar água nem leitinho...

Só queria mamar e fazia com as mãozinhas o tradicional gesto que os nenês gatinhos ou cachorrinhos fazem para mamar na sua mamãe, de apertar a tetinha para descer o leite...

Foi uma correria...

Saída prá comprar mamadeira, leite desnatado, ração para filhotinho, bicos sobressalentes, caminha, etc., tudo o que pudesse assegurar um pouco de carinho e aconchego para aquele novo serzinho em nosso lar...

Além disso ligamos para o veterinário, a fim de marcar consulta, avaliar idade, desverminar, vacinar, etc...

Tudo foi feito!

Na consulta ficamos sabendo que era “ele” e que tinha mais ou menos um mês e meio de vida.

A partir daí foi que ele recebeu seu nomezinho.

Foi batizado de Frederico, em homenagem a parentes que estávamos por receber em nossa casa, nos próximos dias e que provinham de Frederico Westphalen, uma cidade do RS.

Carinhosamente nós o chamávamos de “Frederico Vê-se-mia”... pois ele ainda não miava, ou melhor, tentava miar, mas continuava sem emitir som algum...

Dia e noite, de 2 em 2 horas era preciso dar-lhe mamázinho, pois ele tomava um pinguinho por vez, e algumas vezes ao dia, tentar ensinar-lhe a comer raçãozinha..

Uma ou duas estrelinhas da ração por vez já era muito e era uma vitória!

Aos poucos ele foi se adaptando e começou a se alimentar bem, mas ainda tinha de ser na mamadeira. Levou quase 3 meses para desmamar e passar a se alimentar sozinho...ufffaaa...que sufoco!

Mas toda “mãe” tem que ter paciência, não é verdade?

Além disso “nós nos tornamos responsáveis por aqueles que cativamos”, já dizia Saint Exupery em "O Pequeno Príncipe"... Lembram?

Então fizemos a nossa parte...

Pitukinha aos poucos foi recebendo ele como um filhotinho e o adotou em todos os sentidos. Teve até gravidez psicológica , precisando de consulta veterinária e tratamento para ficar bem de saúde.

Brincavam juntos e muitas vêzes Frederico ia dormir com sua maninha Pituka em sua caminha.

Isso mostra que, para o carinho e o afeto, não existem barreiras , nem diferença de raças nem nada...

O que importa é a doação de carinho e afeto entre todas as raças entre si...

E assim nasce uma história de amor...

Lúcia Lms

(31/01/2012)