EM COPACABANA

Cansado. Perdido entre milhões de pessoas que festejam o fim do ano nas areias de Copacabana, ao som do cantor das multidões, príncipe dos cervejeiros, àquele que deixa que a vida o leve.

Nesse cenário entre vozes com sotaques conhecidos e outros não, entre tantos que vão para lá e para cá, sendo impossível saber exatamente para onde, tentando ficar, mas sendo levado, ora para um lado, ora para outro, dando passagem a tantos e sendo empurrado por outros, às vezes indo um pouco para frente e muitas vezes para trás, com todos passando para sentidos diferentes, só um que também passa para uma única direção, o fim. É ele - o inexorável tempo!

O tempo passando e com ele a festa chega ao seu fim. A festa oficial, organizada é claro! Cada um que lá estava trazia dentro de si uma grande festa que perduraria até que a maior luz brilhasse, com todo seu esplendor ao clarear as faces de quem a esperava para anunciar o ano novo e secundarizar à grande e sonhada queima de fogos.

Andando de um canto a outro, procurando por ele, mas não exatamente. Falsamente perdido e levemente angustiado, esperançoso por encontrá-lo em alguém, a final a esperança é a última que sai quando todos se vão, é ela quem fecha a derradeira porta. Lá estou procurando o amor, procura de todos. Olhando e cruzando propositalmente cada olhar para forçar, quem sabe, o dito: "amor a primeira vista", sem sucesso! A falta de êxito é acompanhada de uma alta repreensão. “Que infantilidade!”.

Procurando o amor em tudo e, sobretudo, querendo que ele fosse achado em mim, por que não? Eis a busca vã e necessária.

Desilusão, seja quando for, compõe a vida, mesmo no Réveillon em Copacabana.