Mortinha por me completar...

A noite amanhece. Mergulho na palavra que ficou presa na ala da claridade e sonha ser palavra alada.

Mas nunca ganhou asas. Do desejo, ficou só o azul da cor da ausência, porque a ausência é azul, porque sim, porque eu quero, porque eu digo. Eu é que escolho a cor da palavra frustrada.

Quero ir buscar-me onde fiquei...

Virar costas e acenar em tom de Adeus.

Mas só encontrei parte de mim.

No Adeus, dispensei o abraço. Não tenho intimidade com o que de mim restou.

Parece que vai chover. Quero diluir-me tambem|

E agora o que faço, com isto que agora sou?

A metade que encontrei, foi a parte que morreu, numa noite que amanheceu algures por aí...

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Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 29/01/2012
Reeditado em 28/04/2012
Código do texto: T3468801