Amor Louco Amor
- Só um minuto. – falava Raquel mansamente.
Passaram-se quinze minutos no que eram um minuto e a porta bate. Um vulto corre pela noite. O rosto me parece Raquel. Corro pela casa e não a encontro. Continuo procurando como esperançoso de encontrar.
Pego uma taça, vinho. Taça de ontem que me serve agora, de uma bebida que alucina, me ensina. O litro estava vazio. Como a mente que procura nas palavras que foram ditas. Nas palavras que foram esquecidas. Um toque que não foi dado neste encontro marcado.
Quem espera um amor, não encontra. Pois o amor se busca, conquista e quando esses passos são deixados de lado o sentimento não lhe chegará como a um sonho.
Um toque na porta. Toque que me toca importa, à necessidade de ser ela a bater. Mas o que poderia lhe fazer retornar?
Chego próximo a porta. Abro e do outro lado Raquel com uma garrafa de vinho entra. Alucinado, mas fico calado e a abraço. Meu coração disparado não se sacia e ela percebe:
- O que foi Rogério?
- Você saiu tão rápido, sem me falar nada?
- Fui buscar uma garrafa de vinho que tinha em meu carro.
- Para mim não interessa bebidas ou palavras, apenas quero você ao meu lado.
Peguei duas taças de vinho e a levei para o quarto. Sentamos em um sofá e começamos a falar da vida. Num segundo eu me lembrei:
- Só um minuto.
Raquel ficou me olhando curiosa e preocupada. Eu calmamente fui até a porta do quarto e a tranquei:
- Que foi isso? – falava Raquel mansamente enquanto eu colocava a chave no bolso de minha camisa.
- Agora para você sair de minha vida sairá com o consentimento de meu coração.
Fim