Pequeno Conto Romântico de Inverno
A estação de Brooklin-Bridge se aproxima. O metrô está cheio e o calor das pessoas espantava o frio de -2ºC que pairava no ambiente. Ao parar, as portas se abrem e um casal de estrangeiros entram e se estabelecem bem na minha frente. Aparentando serem turistas em Nova York, eles permanecem calados desde que entraram no trem. E, até a minha saída, eles nada falaram. No entanto percebi algo mágico neste sutil silêncio. Algo sublime, algo maior do que todos nós...
A garota (chamaremos de Jéssica), com seus 20 e poucos anos, carrega uma mochila e muito agasalho. Ela é bem mais baixa que o garoto (chamaremos de Samuel) na mesma faixa etária e igualmente vestido. Samuel olha distraídamente para a janela da porta automática. E ela, depois de se acomodar entre as muitas pessoas ao seu redor, encontra-se parada na frente dele. De repente, Jéssica direciona o seu olhar para Samuel. Mas ele continua em sua distração. E aí que ocorre a magia. Os olhos de Jéssica começam a brilhar e uma profunda ternura parece brotar do fundo da sua alma e atingir em cheio o rapaz, que, instantaneamente direciona o seu olhar para os olhos dela. E assim ficam por quase 2 minutos. Se entreolhando, como se estivessem se comunicando por telepatia, como se suas almas conversassem em silêncio, em perfeita harmonia.
Não foi preciso dizer sequer uma palavra para entender, que eles eram na verdade apenas um único ser. Duas pessoas feitas um para o outro. O melhor exemplo do que pode ser o amor.
Caro leitor, esse conto não tem um final. E isso foi feito de propósito. Pois assim é o amor verdadeiro: não tem fim. É eterno, intenso, batalhador, sutil e belo. É simples, porém grandioso. É puro e inocente. É gentil e cativante.
A melhor pergunta para definir o amor não é “o que é o amor?” mas sim “onde está o amor?”.