REENCONTRO DE NATAL -43
Para cada janela aberta que olhava, se encantava com a profusão de luzes, vozes se elevando, ouvia os cumprimentos de “feliz natal”, das árvores enfeitadas ao menos a pontinha ela vislumbrava.
Ficar feliz pensou, só pelo recém nascido que trazia em seus braços, aconchegado, seu único bem, que dormia como um anjo, como se soubesse estar protegido e ser muito amado.
A rua deserta, a noite alta, lhe dava temor, principalmente pelo tesouro que carregava, ao qual defenderia com a vida, tal era por ele seu amor.
Sentou-se, desanimada, sentindo o frio da noite, vencida pela fraqueza do parto recente, adormeceu e sonhou...
Um velinho de roupa vermelha, barba branca, dela se aproximou, tirou delicadamente o bebe de seus braços, ela num esforço supremo tentou segurar o filho, mas o sorriso terno do homem, a venceu, ela se entregou, ele em seus braços a amparou.
Ao voltar a si, muito tempo depois, estava em uma cama quente, na lareira o fogo ardia, dando um aspecto mágico ao lugar, o bebê ao seu lado tranqüilo, dormia, tentou se levantar precisava saber quem a socorrera, de uma coisa estava certa, não fora um sonho o que lhe acontecera.
Pela roupa de papai Noel, dependurada no cabide, entendeu, havia sido salva por alguém que se vestia de papai Noel nesta época do ano, para ganhar um dinheiro a mais, ou quem sabe só pelo prazer de ver o sorriso no rosto das crianças, pensou...
A custo, se levantou, acompanhou o cheirinho do café, e ao entrar na cozinha, parou...
Sentado, alcançando-lhe uma xícara de café fumegante... Seu pai, que ha muitos anos não via.
Os dois se abraçaram, não havia nada a dizer... Não havia nada a cobrar...
Na magia daquele momento, não perceberam, que no quarto, um anjinho em sua inocência, como que, abençoando aquele encontro... Sorria...
Lani
QUERIDOS AMIGOS, QUE AS BENÇÃOS DE DEUS ESTEJAM NAS VIDAS DE CADA UM NESTA NOITE DE NATAL E EM TODAS AS OUTRAS DO ANO NOVO.
ABRÇS