UM AMOR INFELIZ
UM AMOR INFELIZ
Marcial Salaverry
Nem sempre histórias de amor tem um final feliz. Existem aqueles em que um dos parceiros comete erros imperdoáveis, cortando todo e qualquer liame que possa existir.
Duas pessoas conhecem-se. Descobrem que se amam, e fazem uma vida em comum. No princípio, tudo corre bem. A vida transcorre normalmente, como acontece quando existe reciprocidade no amor.
Assim aconteceu com Carmina e Cármino. Foi um típico caso de “almas gêmeas”. Aquele amor descoberto ao primeiro olhar, ao primeiro beijo, e assim tudo parecia indicar que seria um típico caso de “...e viveram felizes para sempre...”
Algo no entanto aconteceu após alguns anos de convivência. Cármino, por sabe-se lá quais razões, resolveu experimentar cocaína, induzido por falsos amigos, que mostraram para ele o falso mundo das drogas. A ilusão de que os problemas desaparecem, e que uma cheiradinha iria conduzi-lo a um mundo de sonhos...
Isso acopnteceu pórque ele estava meio aborrecido com a rotina da vida conjugal, com a mesmice de todos os dias, e queria experimentar novas emoções. Através desses falsos amigos, encontrou-as.
No princípio, ele usava só um pouquinho, quando estava com os amigos, e fazia algumas farrinhas, levado pelo embalo da euforia que lhe trazia o “pozinho mágico.”
Quando Carmina descobriu, desesperou-se, e tentou induzi-lo a não mais usar a droga. Ele prometia não mais faze-lo, mas o vício já dominava seu organismo. E sempre acontecia aquela, que “seria a última vez”... Última vez essa sempre adiada.
Aos poucos, a “cafungada” já não lhe bastava. Seu organismo viciado exigia mais. Os amigos ofereceram-lhe a droga injetável, e o ensinaram a usar.
Chegando a esse ponto, seria o principio do fim. Não teria mais volta.
Cármino queria sempre mais, e destruiu sua vida. Carmina tentou de tudo. Internou-o para tratamento. Sempre que deixava uma clínica, ele ficava um tempinho fora das drogas, mas não resistia ao apelo do vício, e descia cada vez mais.
Ela terminou por desistir de tentar consertar, e não conseguiu mais viver na ilusão de que ele um dia abandonaria o vício, e o internou numa clínica da qual ele só sairia totalmente curado.
Vendo que não conseguiria a “alta” que lhe permitiria voltar para a rua, Cármino resolveu fugir da clínica, em mais uma batalha vencida pela droga.
Assim são as coisas... Assim é a vida... É fácil começar a usar a droga... Mas deixa-la, exige mais do que a ajuda das pessoas que o amam. Exige uma força de vontade calcada no amor à vida.
É uma decisão que precisa ser tomada pelo principal interessado. E nem todos, infelizmente, tem essa força de vontade.
Cármino foi um desses. Qual será seu fim? Não é difícil sabe-lo.
Carmina, movida pelo amor, fez sua parte. Tentou salvá-lo, fazendo tudo o que lhe foi possivel, e também o que parecia impossivel. Ainda o ama. E sofre sabendo-o perdido, trilhando o caminho que escolheu.
E amavam-se tanto... Poderiam viver "felizes para sempre"... Mas...