AMOR ADOLESCENTE
A tempo ia passando e Maria, que acreditava muito em Deus, e era tratada com toda atenção por todos, tinha esperanças de voltar a ouvir, Fernando nunca mais apareceu, nem foi visitá-la no hospital, sim, já deveria ter até casado, nem tinha noção de tempo ali dentro, saía para tomar sol com seus pais, suas amigas. E sua mãe lhe trouxe um laptop todo rosa, ela quase chorou, e sentou-se com o antigo laptop de Maria, agora eram mãe e filha virtuais...riram e conversavam pela internet. Maria estava cada vez melhor e poderia voltar para casa em breve.
Foi difícil mas o dr Thiago apresentou para ela como ouvir música pela vibração do som e ela adorou, Agora ele tocava violão para ela e ela ficava com as mãos encostadas no violão para sentir a vibração, sim poderia sentir a música.
- Sabe Thiago – Falou calmamente Evelin enquanto servia-se de saladas, e massas – ao não adianta adoro massas , deveria diminuir para emagrecer ...
-Você é linda assim Eve! Te amo exatamente por isso, você sabe, se amar e amar a mim também, lógico – pegou um tomate cereja do prato dela e comeu, rindo...
-Mas, estou com ciúmes das sessões de terapia com violão... – falou com beicinho...
- Minha querida e doce Eve, essas sessões só existem porque sei que você entende, minha psicóloga favorita e idealizadora dessas atividades no hospital.
-É, eu sei...- falou com um ar de fazer o que né?...- sorriu para ele – se eu não tivesse certeza do seu amor... Mas, o q eu nos move e orienta é o amor, e eu também gosto da Maria, muito doce. Ah, vc sabe o que ela me disse que tem vontade de entender a mente humana, está encantada com o tratamento e por ser tão ajudada espera ajudar outras pessoas que sofreram traumas como os dela. Imagina que ela não quer mais ser advogada?
-É ela passou por um processo muito doloroso emocionalmente, faz parte ela pensar em ajudar os outros o que é muito louvável.
-Sim, assim que ela puder vou direcioná-la a uma ONG de deficientes auditivos, ah tenho que te contar uma coisa que ela disse que me deixou feliz e esperançosa...
- O quê? – Ele a olhou curioso.
-Ela me descreveu um ruído que ouviu um dia desses, foi difícil identificar e descrever, mas parece que aconteceu mesmo. O que vc acha?
- Acho que se esse ruído não for feito pelas lembranças da memória dela, é um avanço e tanto no tratamento dela...- ficou pensativo...
-Mas, vamos comer, que vc precisa de muita energia para trabalhar tanto e com tanto carinho com seus pacientes Dra Evelin. – disse ele beijando sua esposa e companheira de trabalho.