O SILÊNCIO DE UMA LÁGRIMA

A brisa mansa toma todo quarto, os cabelos castanhos com mechas douradas esvoaçam, respira fundo como se estivesse cansada, a noite estrelada trás lembranças que não querem se fazer esquecer.

Volta para sua cama envolvida pelos sentimentos, não quer chorar, não entende porque essas lembranças insistem em voltar, está decidida a esquecer tudo.

Tenta mudar de lado, mas a cama está vazia, falta algo, falta alguém, aperta o travesseiro como se fosse o corpo desejado, as lembranças voltam, o seu rosto começa a tomar uma nova feição, não quer chorar, mas não resiste as lembranças.

Uma lágrima começa a rolar tocando a sua pele macia, não era só uma lágrima, ela representa muito, representa um sentimento reprimido, aprisionado, uma luta interior, uma confusão que mexe muito com ela, um amor impossível.

Quanto mais relutava, mais os sentimentos brotavam invadindo a sua mente.

A lágrima ainda descia desenhando cada contorno do seu rosto, conforme rolava parecia que era o toque da mão desejada acariciando a sua pele, tentando confortar o seu coração, como se estivesse dizendo estou aqui.

Ao chegar aos lábios finos do seu rosto a dor aumenta, como queria que ela fosse os lábios desejados, o beijo sonhado.

A lágrima cai do seu rosto e some na fronha do seu travesseiro sem dizer nada, mas representando muito.

Como seus sentimentos era aquela lágrima na sua fronha, podia sentir a umidade dela, mas não mais a lágrima, os sentimentos naquela hora junto com a silenciosa lágrima vão embora, com a certeza que irão voltar.