Mentira ou verdade,
Mentira ou verdade,
ou apenas mais um conto...
Observando, notamos que todo contista é um bom mentiroso, pois em seus contos, os mesmos nos levam a crer que seus escritos são baseados em casos verdadeiros, e na maioria das vezes, estão sempre presentes como pivô principal.
Aí, acho que são bons mentirosos, fazendo-nos acreditar no fictício como verdadeiro e no verdadeiro, quando fictício. Por conclusão, sempre acredito no fundo de verdade em cada conto que leio.
Portanto, para conclusão do nosso leitor, aqui fica mais uma para seu próprio registro, acredite, se quiser, e mais um conto. Verdadeiro ou não, só eu sei!
Sexta-feira, pela manhã, acordei com o toque do meu telefone, uma chamada a cobrar, que não era surpresa alguma, pois já estava acostumado no mesmo horário a recebê-lo; porém, por ser véspera de um final de semana, parecia ser mais prazeroso.
A conversa desenrolava a ponto de prontificar-me a ir a seu encontro. Porém, para minha surpresa, ouvi as desculpas que não seria aconselhável minha ida até sua cidade, pois também estaria ali o seu namorado, que apesar de queixar-se da falta de compromisso para com ela, mas devia-lhe um certo respeito e não queria criar qualquer tipo de constrangimento ao relacionamento dos dois. Não acreditando muito na possibilidade do outro aparecer e confiando no meu santo, no final da tarde, desloquei-me indo ao seu encontro.
Em um lugar muito especial, a lua já se mostrava e garantia-nos que seria nossa parceira dali por diante, realmente ao longo da nossa convivência, ela nos presenteou com momentos sagrados e no mínimo brilhantes.
No dia seguinte, sobre a mesma proteção, vagamos por cantos mágicos. Porém ao retornarmos para casa, buscamos um desvio na tentativa de encurtarmos o caminho, até este, parecia estar traçado em nossas vidas; em mente, chamei de desvio para felicidade. Deparamos com uma pradaria e tabuleiros de areias infinitamente brancas, com tons prateados, provocados pela nossa companheira e confidente.
Instintivamente, parei o carro, estacionei e descemos; nosso ato seguinte foi de uma cumplicidade tamanha, que não continhas-mos a felicidade de estarmos vivendo aquele momento, nos abraçamos, nos beijamos, selamos sentimentos puros, colhemos frutos sem antes ter plantado.
A lua estava intensamente clara a ponto de não esconder qualquer reação facial colidas da nossa felicidade, os momentos foram sublimes por si sós, nada mais seria necessário acrescentar, nada faltou para que considerássemos talvez como um dos momentos mais belos de nossas vidas.
Estávamos despojados de todo e qualquer sentimento de medo ou culpa, prevalecia o mais puro sentimento de afeto, carinho, respeito e ingredientes de um grande amor que teríamos pelo resto de nossas existências.
Não houve espaça para o libidinoso, pois momentos tão raros devem ser vividos com tanta espiritualidade, que só assim atingimos uma felicidade plena.
Poderíamos ainda comparar a sensação do encontro das nossas almas gêmeas ou da nossa outra metade.
Houve tantos outros momentos bons e felizes, dos quais só diferencio apenas por ter sido aquele o ponto de partida.
Hoje, ao acordar, tenho medo de que tudo não tenha passado de um sonho, pois diante da dura e cruel realidade, estamos circunstancialmente separados, talvez, pela inveja, ignorância ou por nossas fraquezas.
Passada duas décadas, ainda alimenta o sonho de retornarmos ao que deixamos no passado, pois acredito que nossas almas continuam solitárias a espera uma da outra. E se este conto for verdadeiro, seremos felizes para sempre!
Russas, maio de 1998 Francisco Rangel
Mentira ou verdade,
ou apenas mais um conto...
Observando, notamos que todo contista é um bom mentiroso, pois em seus contos, os mesmos nos levam a crer que seus escritos são baseados em casos verdadeiros, e na maioria das vezes, estão sempre presentes como pivô principal.
Aí, acho que são bons mentirosos, fazendo-nos acreditar no fictício como verdadeiro e no verdadeiro, quando fictício. Por conclusão, sempre acredito no fundo de verdade em cada conto que leio.
Portanto, para conclusão do nosso leitor, aqui fica mais uma para seu próprio registro, acredite, se quiser, e mais um conto. Verdadeiro ou não, só eu sei!
Sexta-feira, pela manhã, acordei com o toque do meu telefone, uma chamada a cobrar, que não era surpresa alguma, pois já estava acostumado no mesmo horário a recebê-lo; porém, por ser véspera de um final de semana, parecia ser mais prazeroso.
A conversa desenrolava a ponto de prontificar-me a ir a seu encontro. Porém, para minha surpresa, ouvi as desculpas que não seria aconselhável minha ida até sua cidade, pois também estaria ali o seu namorado, que apesar de queixar-se da falta de compromisso para com ela, mas devia-lhe um certo respeito e não queria criar qualquer tipo de constrangimento ao relacionamento dos dois. Não acreditando muito na possibilidade do outro aparecer e confiando no meu santo, no final da tarde, desloquei-me indo ao seu encontro.
Em um lugar muito especial, a lua já se mostrava e garantia-nos que seria nossa parceira dali por diante, realmente ao longo da nossa convivência, ela nos presenteou com momentos sagrados e no mínimo brilhantes.
No dia seguinte, sobre a mesma proteção, vagamos por cantos mágicos. Porém ao retornarmos para casa, buscamos um desvio na tentativa de encurtarmos o caminho, até este, parecia estar traçado em nossas vidas; em mente, chamei de desvio para felicidade. Deparamos com uma pradaria e tabuleiros de areias infinitamente brancas, com tons prateados, provocados pela nossa companheira e confidente.
Instintivamente, parei o carro, estacionei e descemos; nosso ato seguinte foi de uma cumplicidade tamanha, que não continhas-mos a felicidade de estarmos vivendo aquele momento, nos abraçamos, nos beijamos, selamos sentimentos puros, colhemos frutos sem antes ter plantado.
A lua estava intensamente clara a ponto de não esconder qualquer reação facial colidas da nossa felicidade, os momentos foram sublimes por si sós, nada mais seria necessário acrescentar, nada faltou para que considerássemos talvez como um dos momentos mais belos de nossas vidas.
Estávamos despojados de todo e qualquer sentimento de medo ou culpa, prevalecia o mais puro sentimento de afeto, carinho, respeito e ingredientes de um grande amor que teríamos pelo resto de nossas existências.
Não houve espaça para o libidinoso, pois momentos tão raros devem ser vividos com tanta espiritualidade, que só assim atingimos uma felicidade plena.
Poderíamos ainda comparar a sensação do encontro das nossas almas gêmeas ou da nossa outra metade.
Houve tantos outros momentos bons e felizes, dos quais só diferencio apenas por ter sido aquele o ponto de partida.
Hoje, ao acordar, tenho medo de que tudo não tenha passado de um sonho, pois diante da dura e cruel realidade, estamos circunstancialmente separados, talvez, pela inveja, ignorância ou por nossas fraquezas.
Passada duas décadas, ainda alimenta o sonho de retornarmos ao que deixamos no passado, pois acredito que nossas almas continuam solitárias a espera uma da outra. E se este conto for verdadeiro, seremos felizes para sempre!
Russas, maio de 1998 Francisco Rangel