FLOR E PAZ

Naquela casa, situada num quadrante de rua qualquer, havia um chão de terra batida e não estercada. O sol abrasador cintilava sobre um conjunto de flores, em cores sortidas, plantadas num canto de um não-jardim.

Um homem de cabelos alvos, pele em rugas, mãos de labuta e olhos de escuta, está sentado à sua mercê, lendo a bíblia e fazendo reverência as flores que vê.

No mesmo instante, batidas no portão. O homem levanta-se e recebe de coração alegre a filha que o visita. E, numa conversa trivial, a dois, o perfume daquelas flores, cintilam amores. O homem feliz, fala de sua alegria e admiração pela natureza e de seu amor pelas flores. Diz-se ter um sonho: morar na roça e plantar jardins. O que ele não sabia , nem mesmo a filha, é que já possuía um coração jardineiro!

A filha o olhou com alegria e encontro, pois também amava as flores em sua breve beleza de formas e cores.

Logo após a cheirosa conversa, o pai pega punhados de flores secas em sementes, põe nas mãos da filha e pede:

- Plante-as no seu jardim!

A filha despede-se do pai de olhos úmidos e mãos em perfume-sementeira.

Agora, no jardim da casa da filha, todo dia, ela vê seu pai aos montes... Cada flor que desabrocha fala do pai que, mesmo distante, se faz presente, fazendo o seu dia cheirar amor!

Ao meu pai de pura paz!

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 20/11/2011
Reeditado em 27/11/2011
Código do texto: T3346646
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