AMORES SÃO ETERNOS
Seus braços e pernas começaram a enrijecer, as coisas as sua volta pareciam se perder, procurava algo ou quem sabe alguém, não sabia ao certo o que era, estava confuso; sentia frio, pois um liquido quente escorria de sua cabeça e esfriava antes de chegar seu pescoço. Muitos estavam a sua volta, mas ninguém dizia algo que queria ouvir, ela não estava e não a culpava por isto; o mundo escurecia a seu redor, as vozes sumiam aos poucos, seus sentidos aos poucos enfraqueceram, não sentia mais dor, nem calor, estava tudo escuro. Aos poucos se sentiu leve, subindo e como em uma projeção se via caído ali no meio da rua segurando flores e um cartão, viu pessoas a sua volta, todas desesperadas, horrorizadas.
Um carro branco para no meio da rua, uma bela mulher sai aos prantos, e desaba ao seu lado, ajoelha-se e chora, reza ao seu lado segurando suas mãos, pede por favor que não vá, que não a abandone, ``eu preciso de você!``; sentia algo forte em seu peito, mas lembrava quem era ela, sentia amor; aos poucos a voz dela foi sumindo, a rua, as pessoas foram sumindo quem seria aquele homem jogado no chão? E aquela mulher estonteantemente linda, ele não queria ir, queria poder abraçá-la e dizer que não iria abandoná-la, que estaria com ela, queria fazer-la parar de chorar, mas não podia, algo o puxava para cima, uma forca maior do que ele.
As lembranças que antes eram trevas agora se iluminavam, sentia-se maior e mais forte, mas não conseguia esquecer aquela mulher, estava num lugar com paredes brancas, um lugar confortável, ficou ali parado durante anos, que pareciam horas; até que sentiu uma dor em seu peito, era horrível, estaria morrendo? Mas como poderia alguém morrer duas vezes?
Ajoelhou-se e com a cabeça abaixada, tossiu sangue, algo estava errado, sua mao direita apertava o peito, esta dor o tomava por inteiro, quando conseguiu força para levantar seu rosto notou que uma porta se abriu, levantou-se e tomado pela confusão do que acontecera, cambaleou ate ela, quando entrou: estava numa sala de hospital, os médicos mortais corriam e gritavam o nome de uma mulher, queriam salva-la de algo.
Espantado ele foi atrás, abriram a porta, na maca estava uma mulher que trazia o peso dos anos em seu rosto, os senhores de brancos estavam desesperados, mas nada que faziam parecia surtir efeito. Ele se aproximou com calma da senhora, aquele rosto lhe era familiar, por um momento sentiu a mesma coisa que sentiu ao ver aquela mulher do carro, pegou em suas mãos velhas, e a puxou de encontro ao seu peito.
Para sua surpresa levantou-se daquele corpo velho uma bela moça, aquela mesma que vira enquanto subia, seus olhos mel brilhavam enquanto o via, com um alvo sorriso, ele então a acolheu em seus braços, ainda um pouco confuso sentia a confusão no peito dela e sem saber o porque sussurrou em seu ouvido: `` eu nunca te abandonaria, e nunca irei, eu te amo e sempre te amarei, por toda a eternidade, enquanto eu existir``.
De mãos dadas, subiram e subiram, e se amaram!