TARDE DEMAIS PARA ESQUECER
(AFFAIR TO REMEMBER)
Acredito que não exista neste mundo uma única pessoa que não tenha o seu affair to remember, ou seja, um caso na vida que seja impossivel de esquecer, uma experiência tão significativa que ela, por mais que viva e tenha outras experiências, aquela em especial, foi a que definitivamente marcou.
Holywwod fez um filme com esse tema nos anos cinquenta (1957) com Gary Grant e Débora Kerr nos principais papéis. Conta a história de um play boy e uma cantora que se conhecem numa viagem de navio. Ambos estavam fazendo essa viagem como se fosse uma espécie de despedida de solteiro. Então eles se apaixonam. E a paixão é tão intensa que eles decidem jogar tudo para cima e viver a nova paixão. O play boy ia se casar com uma milionária e a cantora com o seu manorado de muitos anos. Mas para ter certeza de que não estavam se precipitando, jogando tudo fora por uma paixão repentina, resolvem dar um prazo, no decorrer do qual iriam reavaliar suas vidas. Se a paixão permanecesse viva depois desse tempo, eles se encontrariam dentro de seis meses no saguão do 105º andar do Empire State, então o prédio mais alto do mundo.
Tudo transcorre como combinado. Na data aprazada ele se dirige ao local combinado e fica esperando por ela. Ela também se dirige para lá. Ambos estão ainda mais apaixonados e danados de saudade um do outro. Mas na ânsia de encontrar o seu amado e com o pensamento nas nuvens, olhando para o alto do Empire State, pensando no namorado que a espera lá, ela é atropelada por um automóvel. Levada para um hospital, ela falta ao encontro. Ele pensa que ela desistiu e vai. A moça fica paraplégica e passa a viver numa cadeira de rodas. Fica constrangida em em procurar o amado e contar-lhe o ocorrido. Ele pensa que ela não o quer mais e também não a procura.
Cada um passa a viver a própria vida até que o destino põe, mais uma vez um na frente do outro. A paixão se reacende e eles descobrem que já era tarde demais para esquecer um caso como aquele.
Tarde demais para esquecer foi o título desse filme em portugues. É um velho filme água com açucar, mas ainda hoje muito emocionante. Revi-o nesta madrugada e não pude deixar de me emocionar de novo. Lembro-me de tê-lo visto a primeira vez quando era ainda um adolescente e ficara muito comovido com aquela história. Eu ainda não vivera o meu affair to remember. Viveria mais tarde, e embora sem as nuances dramáticas do filme, ela foi a experiência mais marcante da minha vida. Relatei-a no conto Saudade e Esperança, publicado neste Recanto. Mas cada vez que revejo esse filme ou me recordo dessa experiência não posso deixar de concordar com aquele poeta que escreveu:
(AFFAIR TO REMEMBER)
Acredito que não exista neste mundo uma única pessoa que não tenha o seu affair to remember, ou seja, um caso na vida que seja impossivel de esquecer, uma experiência tão significativa que ela, por mais que viva e tenha outras experiências, aquela em especial, foi a que definitivamente marcou.
Holywwod fez um filme com esse tema nos anos cinquenta (1957) com Gary Grant e Débora Kerr nos principais papéis. Conta a história de um play boy e uma cantora que se conhecem numa viagem de navio. Ambos estavam fazendo essa viagem como se fosse uma espécie de despedida de solteiro. Então eles se apaixonam. E a paixão é tão intensa que eles decidem jogar tudo para cima e viver a nova paixão. O play boy ia se casar com uma milionária e a cantora com o seu manorado de muitos anos. Mas para ter certeza de que não estavam se precipitando, jogando tudo fora por uma paixão repentina, resolvem dar um prazo, no decorrer do qual iriam reavaliar suas vidas. Se a paixão permanecesse viva depois desse tempo, eles se encontrariam dentro de seis meses no saguão do 105º andar do Empire State, então o prédio mais alto do mundo.
Tudo transcorre como combinado. Na data aprazada ele se dirige ao local combinado e fica esperando por ela. Ela também se dirige para lá. Ambos estão ainda mais apaixonados e danados de saudade um do outro. Mas na ânsia de encontrar o seu amado e com o pensamento nas nuvens, olhando para o alto do Empire State, pensando no namorado que a espera lá, ela é atropelada por um automóvel. Levada para um hospital, ela falta ao encontro. Ele pensa que ela desistiu e vai. A moça fica paraplégica e passa a viver numa cadeira de rodas. Fica constrangida em em procurar o amado e contar-lhe o ocorrido. Ele pensa que ela não o quer mais e também não a procura.
Cada um passa a viver a própria vida até que o destino põe, mais uma vez um na frente do outro. A paixão se reacende e eles descobrem que já era tarde demais para esquecer um caso como aquele.
Tarde demais para esquecer foi o título desse filme em portugues. É um velho filme água com açucar, mas ainda hoje muito emocionante. Revi-o nesta madrugada e não pude deixar de me emocionar de novo. Lembro-me de tê-lo visto a primeira vez quando era ainda um adolescente e ficara muito comovido com aquela história. Eu ainda não vivera o meu affair to remember. Viveria mais tarde, e embora sem as nuances dramáticas do filme, ela foi a experiência mais marcante da minha vida. Relatei-a no conto Saudade e Esperança, publicado neste Recanto. Mas cada vez que revejo esse filme ou me recordo dessa experiência não posso deixar de concordar com aquele poeta que escreveu:
“Quem passou a vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.”
Francisco Octaviano
De qualquer modo, não tenho mesmo uma única experiência em minha vida que eu deseje esquecer. Sei que depois de vividas, um segundo depois já se torna muito tarde para esquecê-las. E depois a sabedoria não está em aprender a esquecer, mas sim em dar a cada experiência vivida a sua exata valoração. Carpe Diem.
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.”
Francisco Octaviano
De qualquer modo, não tenho mesmo uma única experiência em minha vida que eu deseje esquecer. Sei que depois de vividas, um segundo depois já se torna muito tarde para esquecê-las. E depois a sabedoria não está em aprender a esquecer, mas sim em dar a cada experiência vivida a sua exata valoração. Carpe Diem.