Ouvindo Whitney
Essa música me toca de uma forma que não sei explicar. Estou sozinho pensando em você. Chegaste de um jeito tão insuspeitado em minha vida. Apenas um “Psiu” e tudo mudou. Isso foi em maio, mês das noivas. Não, não quero casar. A culpa é sua. Tinha que haver um culpado. E foi você... Não sei o que fazer. Penso em você a todo instante. Isso se torna infinito. Não, não quero mais isso. A culpa é sua. Parece que estou fazendo uma tradução de uma música romântica. Tão clichê isso. A gente tenta ser tão crítico tão seletivo, mas acaba sendo clichê e sempre estando num lugar-comum. A culpa é sua. Não, não é sua. É minha que insisto desafinado, mas você ajuda e muito. A culpa é nossa. Que culpa boa. E você me disse: “Onde você estava esse tempo todo?” Eu não acreditei no que ouvira. Chorei, chorei muito. Acho que me apaixonei. Marcamos um encontro ao cinema. Antes conversamos e li pra você o que havia escrito de você pra você: em nós. Aí você me contou algo que pra mim era novo. Não. Não estava pronto pra escutar aquilo. Fomos assistir ao filme. Que filme horroroso. Péssima escolha. Ficamos mudos. Você estava numa agressividade que eu não entendia, ou pelo menos tentava entender. O que fiz de errado? Acho que falei algo desagradável, mas não tenho como saber: você não fala. E ficou em silêncio profundo por dias, semanas e mês. E foi aos poucos falando. Eu estava num diálogo de surdos. A resposta vinha de mim mesmo. A culpa é sua. E não sei o que realmente queres de mim. Tudo poderia ser tão simples. Estou de braços abertos. Lembras da maçã preste a ser colhida? Ainda espero o seu acolhimento. Só não quero apodrecer. O tempo corre e eu continuo sendo o teu guri. A tradução de um trecho daquela música é assim: “Eu não tenho nada, nada, nada/ Se eu não tenho você”. A culpa é sua, na verdade é minha, que ainda insisto e insisto...
Dayvson Fabiano