Volver aos dezessete anos.

Mercedes Soza cantou para mim esta cancão.Volver aos 17 anos!Quanta vida a jorrar pelas veias e pensamento.Quanto tempo perdido em coisas inúteis que faziam parte da idade.Aconteceu nas férias de janeiro.Calor,verão quente,pouca chuva e a vontade de experimentar tudo,de todas as maneiras.Sem drogas,é claro!Fiquei na casa de um amigo,cuja irmã era uma delícia.Éramos cinco.Pai,mãe,ela,ele e eu.Todo dia de manhã,tínhamos que empurrar o carrinho para pegar no tranco.Risadas mil! Ela,insidiosa,ficava ao meu lado empurrando o carro com os seios,belos aliás,à mostra.Eu só olhava.Certa feita,depois da empurrada,entramos no carro para ir não sei aonde.Na frente,o pai dirigindo,o irmão e eu.Meu braco estava colocado ao longo do banco até as costas do pai dela.Ela sentada no banco traseiro,sorrateiramente encostou o queixo no banco da frente e deixouminhas mãos brincarem com os seus seios.E fomos passeando pela praia de muito sol e minhas mãos passeando em pele macia.Certa noite,saí com o irmão dela para paquerar.Ele bebeu um pouco a mais e voltamos cantando pelo caminho a fora.Rimos muito.Antes de chegar à casa,eu vi a figura dela sentada no muro de entrada,com um shortinho e *tomara-que-caia*.Eu tinha que me desfazer daquele bêbado urgentemente.Acredito que a brisa marinha,o sal da água,o ozônio e outros minerais elevam os feromônios a mil.Coloquei-o na cama.A janela do quarto dela ficava em frente à edícula onde estávamos.Esperei um pouco e vi a luz acender e apagar por duas vezes.Acho que era o sinal.Fui até a janela e bati levemente.Abriu-se para mim um mundo nunca visto antes.Volúpia total.Meteoros esplodiam nos céus da boca,num frenesi incomensurável.Durou pouco.O barulho poderia acordar pessoas.A janela foi fechada e retirei-me ao meu catre.Estupefacto sonhador! Acordei algumas horas depois,com uma ressaca tremenda, para empurrar o carro. Volver a los 17! Como eu gostaria de acordar hoje com uma ressaca dessas! Esta história tem 50 anos e nunca a contei.O Recanto me ajudou a contá-la.Fiquem na paz!

Chico Chicão
Enviado por Chico Chicão em 29/10/2011
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