A GRANDE DÚVIDA
Fazia um pouco mais de seis meses que Daiane havia chegado do Ceará. A moça estava feliz, pois tinha mudado de vida, de cidade e ainda por cima, tinha voltado a estudar. Também estava namorando. O que mais ela podia querer da vida?
No colégio havia uma amiga sua que ia casar e convidou Daiane para ir à Festa e também à cerimônia de casamento. Como se não bastasse a moça acabou colocando-a em uma situação embaraçosa. O que fazer? É que Daiane estava namorando há dois meses com dois rapazes gêmeos, não conseguia escolher um deles, e ambos não queriam abrir mão de Daiane. A moça era deveras linda...
Havia dias que Daiane tinha sido convidada, pela amiga Júlia, para ser sua testemunha. Diante da situação Daiane inventou mil e uma desculpas para não aceitar, mas como ir somente com um dos meninos, Márcio ou Marcus? O casamento já seria na próxima semana. Daiane não teve alternativas e contou para eles seu dilema.
Márcio disse:
- Não se preocupe. Tenho uma ideia. Vamos os dois, mas separados.
- Um dança com você, enquanto o outro dá um tempo no bar. Depois o outro vai ao bar, ou dar uma volta e o outro vem. Capão da Canoa ainda é uma cidade muito pequena para enfrentarmos este tipo de namoro a três, mas enquanto pudermos vamos fazer assim.
E assim foi feito. Ambos vestiram-se iguais. Um casal entrou na igreja. Outro casal entrou na festa. A mulher era a mesma, mas os homens eram diferentes. Ninguém sabia. Ninguém desconfiava, pois os rapazes estavam na cidade há apenas poucos meses. Não eram de frequentar ambientes sociais. O máximo que faziam era ir surfar. E com aquelas roupas pretas, todos parecem ser iguais. No casamento também não haveria de ser diferente, já que todos os homens iriam de terno, e a maioria de terno preto.
Fizeram isto e divertiram-se muito durante toda a festa. Eles sabiam os motivos que tinham para se divertir, enquanto os outros apenas observavam a felicidade de Daiane e de seu "namorados"...
Mário Feijó